Seu Pet Animal atropelado
Responsável pelo Bento PET diz que morte de cachorro ocorreu por falha na comunicação
A responsável do Departamento do Bem-Estar Animal (Bento PET), Michele Segatto, concedeu uma entrevista exclusiva ao NB Notícias para esclarecer os fatos divulgados nesta segunda-feira, 26, e responder sobre os novos protocolos do programa, que atende apenas inscritos no CadÚnico.
27/06/2023 10h59 Atualizada há 1 ano
Por: Renata Oliveira Fonte: NB Notícias
Apesar dos esclarecimentos da responsável pelo Bento PET, Michele Segatto, o atendimento demonstra que a questão burocrática foi levada mais em conta do que realizar o atendimento e tentar salvar a vida do animal.

Com mais uma polêmica envolvendo a causa animal em Bento Gonçalves, a responsável pelo departamento do bem-estar animal (Bento PET), Michele Segatto, concedeu uma entrevista exclusiva ao NB Notícias para contar a sua versão dos fatos envolvendo o resgate do atropelamento de um cachorro no bairro Vila Nova e esclarecer mais algumas questões sobre os novos protocolos do programa. 

Na entrevista, a responsável pelo Departamento do Bem-estar Animal de Bento Gonçalves, Michele Segatto, destacou que foi a falta de transparência nas informações que causou a morte do cachorro atropelado no bairro Vila Nova na última quinta-feira, 22 de junho. "O caso aconteceu por um erro de comunicação. O senhor(a) que entrou em contato com a gente pedindo atendimento, avisou que o animal tinha tutor. Neste caso, como o animal tem um responsável, este precisa estar inscrito no CadÚnico. Neste momento, a pessoa falou que o tutor não tinha CadÚnico, conforme print abaixo. Neste caso, não podemos atuar, e indicamos que procurem um atendimento particular. Além disso, a protetora entrou em contato com a gente sendo extremamente mal educada, desacatando a equipe e ameaçando," explica Segatto. 

Captura de tela do WhatsApp do SAMU PET com a vizinha que 
fez o primeiro contato para o resgate do animal.
Crédito: Arquivo Pessoal

Michele também responde que não solicitam o número do CadÚnico. "Não solicitamos o número, como pode ver no print, pedimos apenas se ele tinham ou não. Temos bom senso de saber que a pessoa não anda com o extrato do Cad embaixo do braço," coloca Segatto. 

Porém, segundo a voluntária, o dono era cadastrado no benefício, mas Michele rebate a questão. "Mas o fato dela conhecer não garante que ele tenha, até porque a pessoa tinha dito que não. Já tivemos tutores levando para castração com Corolla modelo novo, indicado por ela (voluntária), dizendo que era baixa renda. O problema é que temos nossos protocolos e elas querem que a gente atenda quem elas querem, penso que se a pessoa não tem condições, pode fazer o cadastro, é desde janeiro que anunciamos que é assim que funciona nosso setor," diz Michele. 

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A responsável pelo Bento PET também frisa que:

"- Se fosse animal de rua, atendemos sem a necessidade do CadÚnico;

- Se não soubessem do tutor, atenderíamos, e se caso o dono não tem CadÚnico, ele assume os custos depois do primeiro atendimento;

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- Se o tutor tem CadÚnico, atendemos o animal e solicitamos que num prazo de 24 horas, o dono mande a documentação. se não mandar, assume os custos", salienta Segatto.

Apesar dos esclarecimentos da responsável pelo Bento PET, o atendimento demonstra que a questão burocrática foi levada mais em conta do que realizar o atendimento e tentar salvar a vida do animal. Por causa de um número em um cadastro, o socorro ao cão atropelado não foi realizado. Não foi levado em consideração nem a possibilidade de socorrer o animal e, posteriormente, fazer com que o tutor arcasse com os custos do tratamento. É preciso levar em conta ainda que o município não possui hoje uma clínica conveniada sequer para realizar o atendimento dos animais em Bento Gonçalves, sendo necessário o atendimento na cidade vizinha de Garibaldi.    

Segundo a diretora do Bento PET, além da clínica de Garibaldi, há mais duas clínicas credenciadas. Porém, em Bento Gonçalves, uma clínica está em processo de finalização do contrato. "Não somos nós que escolhemos as clínicas, é uma questão de interesse delas em participar dos chamamentos," esclarece Michele. 

Atendimentos só pelo CadÚnico foi decisão do Governo Municipal

Sobre as definições do CadÚnico implementadas um ano após o lançamento do projeto, a responsável do Departamento do Bem-Estar Animal coloca que foram realizadas por ser um programa do Governo Municipal. "Por se tratar de um programa do governo, optamos por utilizar como filtro de renda o CadÚnico. Isso porque nosso programa é destinado a pessoas em situação de vulnerabilidade social, destinado as famílias que não tem condições de arcar com os custos de um veterinário particular. Nosso programa não é destinado a toda população, é apenas as pessoas carentes. Por isso, divulgamos com frequência, pedindo que se a pessoa é de baixa renda e tem um animal que pode um dia precisar de atendimento, já tenha o cadastro atualizado," comenta Michele Segatto. 

Segatto também diz que "conforme lei, o tutor que é o responsável por zelar pela saúde do animal, se não se encaixa nos nossos atendimentos, corre pra uma particular. Não tem condições? Fala a verdade, diz que tem CadÚnico que a gente atende," finaliza.