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Com regência do uruguaio Martín Jorge, próximo concerto da Ospa tem solos de viola e contrabaixo
No concerto do próximo sábado (1º/7), aOrquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundação vinculada à Secretaria da Cultura (Sedac), estará sob a...
27/06/2023 07h15
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Secom RS
Martín Jorge é diretor artístico da companhia de ópera do Teatro Solís e regente titular da Banda Sinfônica de Montevidéu -Foto: Gabriel Adda

No concerto do próximo sábado (1º/7), aOrquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), fundação vinculada à Secretaria da Cultura (Sedac), estará sob a batuta do uruguaioMartín Jorge, atual diretor artístico da companhia de ópera do Teatro Solís e regente titular da Banda Sinfônica de Montevidéu. O maestro foi convidado a reger um repertório que explora as possibilidades das cordas, mais numeroso naipe da orquestra.

A viola e o contrabaixo ganharão protagonismo com solos do argentinoJulián Medina(contrabaixo) e do brasileiroRenato Bandel(viola). IntituladaSinfonia Concertante, a apresentação se inicia às 17h, na Sala Sinfônica da Casa da Ospa, com transmissão ao vivo pelo canal da Ospa no YouTube . Os ingressos custam entre R$ 10 e R$ 50 e estão à venda no Sympla . A palestra Notas de Concerto, que prevê uma introdução ao repertório antes do espetáculo, será às 16h, a cargo deMax Uriarte.

Segundo o maestro Martín Jorge, o repertório coloca em primeiro plano os instrumentos de cordas friccionadas, ou seja, aqueles que produzem som a partir da fricção do arco na corda: violinos, violas, violoncelos e contrabaixos. Nesse concerto, o destaque, tradicionalmente dado aos violinos e violoncelos, é cedido à viola e ao contrabaixo.

Essa exploração sonora se inicia peloConcertino para Viola(1978), deErnst Mahle, compositor alemão nascido em 1929 e radicado em Piracicaba (SP). Para executar o solo da obra, a Ospa recebe um dos maiores violistas do Brasil,Renato Bandel, que já atuou como músico na Orquestra Filarmônica de Berlim e na Osesp, entre outras grandes orquestras. Atualmente ele é gerente artístico do Conservatório de Tatuí.

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Bandel estudou na escola de música que Mahle fundou em Piracicaba e é muito familiarizado com as suas composições. “As composições dele foram sempre de cunho artístico, obviamente, mas também pedagógico, para preparar os alunos. Ele é um dos alemães mais brasileiros que eu conheço, apropriou-se muito da temática brasileira em geral, dos ritmos, das harmonias, melodias”, comenta o violista.

Na segunda peça do programa, o contrabaixistaJulián Medina, integrante da Orquestra Filarmônica de Buenos Aires do Teatro Colón, toma a frente da Ospa para a execução deConcerto nº 2 para Contrabaixo e Orquestra em Si Menor(1845), deGiovanni Bottesini(1821–1889). “É uma obra que explora a enorme riqueza do contrabaixo e requer muita destreza e virtuosismo do solista”, define o maestro.

NaSinfonia Concertante para Viola e Contrabaixo em Ré Maior(1774), o compositor austríacoCarl Ditters von Dittersdorf(1739–1799) buscou um diálogo entre os dois instrumentos, acompanhados pelo naipe das cordas como um todo. Finalizando o concerto, a Ospa executaDie Moldau(1874), deBed?ich Smetana(1824–1884), que envolve a orquestra completa. A obra integra um ciclo de seis poemas sinfônicos chamadoMá Vlást(Minha Pátria, em tcheco), no qual Smetana fala da geografia e cultura da Boêmia, sua terra natal.

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Die Moldaudescreve o percurso do maior rio da República Tcheca, o Moldávia, desde a nascente até a foz. “Na medida em que percorremos o rio, vamos passando por distintas situações, ouvindo como a carga d’água cresce, dá voltas, chega a cascatas e passa por um grupo de camponeses, até encontrar a foz”, comenta Martín Jorge. “As cordas friccionadas ajudam Smetana a representar o fluir das ondas do rio.”

Sobre Martín Jorge (regente – URU)

O maestro uruguaio Martín Jorge é diretor artístico da companhia de ópera do Teatro Solís, principal centro cultural da capital uruguaia, e regente titular da Banda Sinfônica de Montevidéu. Foi premiado como Jovem Artista pela Paz pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1999, e recebeu o Prêmio Morosoli de Música Clássica no Uruguai, em 2016. Nos últimos anos, regeu inúmeras óperas, balés e concertos, comoL'Elisir d'AmoreeDon Pasqualede Donizetti,Orfeo ed Euridice, de Gluck, junto ao grupo Fura del Baus,Werther, de Massenet, e muitas outras produções. Recentemente, atuou como regente convidado da Orquesta Filarmónica de Montevideo, Orquesta Sinfónica Nacional de Guatemala, Orquesta Sinfónica Nacional de Uruguay e Ospa.

Sobre Renato Bandel (viola – BRA)

Nascido em Piracicaba (SP), Renato Bandel é mestre em música pela Universidade de Artes de Berlim. Atuou por sete anos como músico na Orquestra Filarmônica de Berlim, realizando turnês e gravações de CD e DVD. Durante sua estadia na capital alemã, também integrou a Ensemble Oriol Berlin, realizando concertos na Alemanha, no México e em Portugal, com renomados solistas internacionais. Atuou como músico convidado na Orquestra Gulbenkian, em Lisboa (Portugal). Coordenou as edições de 2009, 2010 e 2011 do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão. Sua experiência como docente inclui a USP Ribeirão Preto, Faculdade Cantareira, Conservatório de Tatuí e Instituto Baccarelli. Atuou como chefe de naipe de importantes orquestras do Brasil, como Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e Orquestra Sinfônica Brasileira, entre outras. Atualmente, exerce intensa atividade como camerista, solista e professor em festivais. É gerente artístico do Conservatório de Tatuí.

Julián Medina (contrabaixo – ARG)

Nascido em Buenos Aires em 1993, Julián Medina é solista-adjunto de contrabaixos da Orquestra Filarmônica de Buenos Aires do Teatro Colón. Foi membro da Orquestra Acadêmica de Buenos Aires e da Orquestra Juvenil do Bicentenário. Com apoio da fundação Mozarteum Argentino, integrou a Academia Orquestral do Instituto Superior de Arte do Teatro Colón. Apresentou-se como solista frente a grandes orquestras, como Académica del Teatro Colón, Sinfónica de Río Negro, Orquesta Juvenil de Buenos Aires, Filarmónica de Montevideo, Sinfónica del Sodre, Sinfónica Nacional de Argentina, Orquesta del Congreso de la Nación Argentina, Orquesta “Di Padova E Del Veneto” e Filarmónica de Buenos Aires. Foi distinguido com o 1º prêmio e o prêmio do público no Concurso Internacional de Contrabaixo de Montevidéu, 1º prêmio nos concursos da Latin Orchestra of Europe e Bottesini, em Crema (Itália), no qual recebeu um contrabaixo do luthier italiano Marco Nolli.

Serviço

O quê:Sinfonia Concertante, da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.
Quando:sábado (1º/7),às 17h. Palestra Notas de Concertoàs 16h, com Max Uriarte
Onde:Casa da Ospa (Caff – Av. Borges de Medeiros, 1.501, Porto Alegre, RS).
Ingressos: de R$ 10 a R$ 50.
Descontos:ingresso solidário (com doação de 1kg de alimento), clientes Banrisul, Amigo Ospa, associados AAMACRS, sócio do Clube do Assinante RBS, idoso, doador de sangue, pessoa com deficiência e acompanhante, estudante, jovem até 15 anos e ID Jovem.
Bilheteria:via Sympla em sympla.com.br/casadaospa ou na Casa da Ospa no dia do concerto, das 12h às 17h.
Estacionamento:gratuito, no local.
Classificação indicativa:não recomendado para menores de 6 anos.
Transmissão ao vivo: canal da Ospa no YouTube .

PROGRAMA

Texto: Ascom Ospa
Edição: Camila Cargnelutti/Secom