Demorou um mês, mas foi publicada nesta segunda-feira, 26 de junho, a exoneração de Micael Carissimi, de 35 anos, o homem acusado pela Polícia Civil de ser o mandante da agressão ao jornalista Daniel Carniel, na cidade de Garibaldi em janeiro de 2022. Ele tinha sido nomeado para ocupar o cargo de coordenador de Assessoria de Gabinete na Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do estado.
A exoneração foi publicada no Diário Oficial do Estado desta segunda-feira, 26 de junho. Ele tinha sido nomeado para o cargo no dia 5 de maio e no dia 26 do mesmo mês, o caso foi denunciado pelo jornalista Giovani Grizzotti, do Grupo RBS. A denúncia repercutiu nacionalmente e causou um desgaste interno no governo Eduardo Leite. Mesmo assim, Carissimi, que é afilhado político do ex-prefeito de Garibaldi, Antonio Cettolin, continuou no cargo por mais 30 dias, graças a esta grande influência política.
Apesar de ter sido indiciado pela Polícia Civil como o mandante da agressão ao jornalista Daniel Carniel, Micael Carissimi seguia sendo nomeado em cargos no governo estadual. Logo após o indiciamento, ele tinha sido nomeado para o cargo de assessor especial da Secretaria de Administração Penitenciária, com salário de R$ 18.637,10. Ele seguiu neste cargo até o dia 17 de março de 2023. No dia 5 de maio, Carissimi foi anunciado no cargo de coordenador da assessoria de gabinete da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação pela secretária da pasta, Simone Stülp, em publicação nas redes sociais. O salário bruto para o cargo de comissário superior será de R$ 14.449,00.
Carissimi também foi indiciado pela Polícia Federal
Além do caso de agressão ao jornalista Daniel Carniel, Micael Carissimi também tem um indiciamento pela Polícia Federal. Ele foi um dos alvos da Operação "Caementa" que apura suspeita da fraude em licitações quando era secretário municipal de Obras de Garibaldi. Carissimi foi indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva e por supostamente integrar organização criminosa.
Em operação realizada em novembro de 2018 pelos agentes federais, foram encontrados R$ 10 mil em dinheiro no carro do então secretário ainda R$ 162,5 mil na casa dele. "Registre-se que os valores estavam acondicionados em envelopes com a identificação da empresa Concresart Tecnologia em Concretos LTDA", afirma o relatório.
Segundo a assessoria de imprensa da Justiça Federal, o caso segue sob apuração, ainda sem exame do indiciamento pelo Ministério Público Federal. O coordenador da secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação é suspeito de receber pagamentos regulares da usina de concreto.
O que diz a defesa de Micael Carissimi
A defesa de Micael Carissimi declarou que o político não foi denunciado pelo Ministério Público e não é réu "em qualquer processo criminal". Conforme a nota, não há qualquer impedimento ou restrição à "assunção de qualquer cargo público", seja comissionado, efetivo ou eletivo.