Com o objetivo de promover a sustentabilidade, a economia circular e a logística reversa na escola e na comunidade, a instituição de ensino municipal Maria Borges Frota, de Bento Gonçalves está participando de forma inédita da Restaura Natureza – a Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas. Ao todo, 17 alunos do sétimo e oitavo ano fazer parte da equipe “Restaura Tchê”, que promove ações de preservação e conscientização em prol da natureza.
A Olimpíada é realizada pelo WWF-Brasil, organização não-governamental brasileira e sem fins lucrativos que trabalha para mudar a atual trajetória da degradação ambiental e promover um futuro justo e saudável, no qual sociedade e natureza vivam em harmonia. A Escola Maria Borges Frota é a única instituição municipal da Capital Brasileira do Vinho a participar do Restaura Natureza 2023.
De acordo com a professora e coordenadora do projeto, Thais de Anhaia, a participação na Olimpíada casa com o tema norteador da escola, que engloba a sustentabilidade rumo ao desenvolvimento. “Fomos nos aprofundando para entender o que era o Restaura Natureza. É algo que vem de encontro àquilo que gostaríamos trabalhar de forma com que os alunos voltem a se encantar pela educação e pela natureza”, comenta Thais.
No contraturno escolar, os alunos da equipe tiveram a oportunidade de se aprofundarem em temas como recursos hídricos, conservação, escassez hídrica, povos originários, segurança alimentar, preservação, mudanças climáticas, serviços ecossistêmicos, biodiversidade, técnicas de restauração e leis que protegem a natureza.
A escola também englobou profissionais da área e visitas técnicas para enriquecer o conhecimento dos participantes do projeto. “A escola propiciou que viessem especialistas. Conseguimos o apoio da FAPAM, de Farroupilha, que veio com uma geóloga para explicar sobre solo e reciclagem. A Secretaria Municipal do Meio Ambiente também abraçou nossa ideia e nossa equipe. Conseguimos visitar o centro de triagem, no qual puderam visualizar o que é toda essa parte de sustentabilidade e o impacto que isso gera no mundo e na nossa comunidade”, detalha a coordenadora.
Além do conhecimento teórico, a equipe do Restaura Tchê promoveu diversas ações, tanto na escola como na comunidade de Bento Gonçalves. Os alunos estiveram, recentemente, na Via del Vino apresentando o projeto e realizando a doação de mudas de árvores frutíferas à população, oriundas do Centro Terapêutico Rural de Bento Gonçalves. Além disso, plantaram árvores frutíferas na escola, realizaram a limpeza da área verde e do córrego próximo à instituição e, agora, estão construindo composteiras domésticas.
“Nosso plano é zerar a produção orgânica na escola, mas se já conseguirmos reduzir isso pela metade ficaremos muito felizes para diminuir nosso impacto e deixando a escola sustentável”, comenta a coordenadora.
Apesar de as Olimpíadas findarem no dia 30 de julho, a equipe Restaura Tchê deve seguir atuando até o mês de dezembro. Dentre os alunos participantes estão Kassiele Baldassari Aires, Nathielle Cerqueira Glock e Murilo Baldassari, os quais relatam que obtiveram muitos conhecimentos que, normalmente, não se aprendem na sala de aula.
“É uma coisa que a gente não vê em aula e viemos durante um dia especifico para ver esse tipo de coisa, conseguimos entender mais e é um assunto diferente do que costumamos ver. Isso nos ajudou a compreender a importância da sustentabilidade. Queremos ajudar a escola. Não imaginávamos que vindo nas quintas nas Olimpíadas íamos ajudar a escola assim, nunca paramos para pensar sobre isso. O projeto fez com que ajudássemos mais a escola”, comentam os alunos.
Além disso, os participantes se tornaram exemplos para as crianças da educação infantil. “Explicamos para eles o passo a passo de como plantar as árvores para as crianças. Elas já queriam plantar junto, colocar as plaquinhas, também se engajaram com a causa”, explica Nathielle.
Conforme a coordenadora, o projeto foi pretendido por diversos outros alunos após o início das atividades. Novas ações deverão ocorrer até o final do ano, tanto na comunidade escolar como no bairro. “Estamos moldando valores. Eles podem ser vistos e podem fazer a diferença na comunidade onde estamos inseridos. Podem se tornar referência e com um grande potencial”, pondera orgulhosa a coordenadora do projeto.
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