No dia 17 de abril de 1983, o Esportivo fazia história, porém, desta vez, não com o time masculino, e sim com a equipe feminina, a qual participou do primeiro jogo oficial entre times femininos na história do Rio Grande do Sul. O feito, realizado em pleno Estádio Olímpico, foi um marco para a modalidade no Estado, o qual abriu portas para que o futebol fosse democratizado também para as mulheres, as quais conquistaram o seu espaço dentro das quatro linhas.
Confira detalhes do histórico confronto em: O dia em que a equipe feminina do Esportivo se tornou protagonista
As atletas que fizeram parte do jogo entre Esportivo e Rio Grande foram homenageadas na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, por meio do projeto da Deputada Estadual Bruna Rodrigues (PT), pelos 40 anos do primeiro confronto de futebol feminino autorizado por uma Federação no Brasil.
Na ocasião, esteve presente também a Deputada Federal Daiane dos Santos (PT) que, junto com Bruna Rodrigues, realizou a entrega de um certificado para as atletas. Estiveram presentes na homenagem as atletas Claudete Anderle, a Ketty, Geni Maria Gabrielli e Natalina Gheno, a Kika.
Em seu discurso, Kika reiterou a luta contra o preconceito na época para realizar o sonho em ser uma jogadora de futebol. “Naquela época enfrentamos vários desafios. Enfrentamos dificuldades e preconceitos a cada passo que dávamos, tentando nos afastar dos nossos sonhos. Contudo, como verdadeiras guerreiras, nunca desistimos. E é por isso que estamos aqui hoje, celebrando a coragem que nos trouxe até este momento. Carregávamos nas costas não apenas nossos próprios sonhos, mas os anseios de tantas mulheres que vieram antes de nós lutando por um espaço no futebol”, ponderou em sua fala.
A ideia da homenagem surgiu por meio da pesquisa sobre o futebol feminino no Estado realizada pela professora Silvana Goellner, em reunião da Frente Parlamentar em Defesa do Futebol Feminino. A Deputada Estadual Bruna Rodrigues abraçou a proposição e convidou as atletas que participaram do marco para serem reconhecidas.
“Resolvemos não só convidá-las para estarem conosco, mas também para receberem este justo reconhecimento através de uma ‘mulheragem’, que é um termo que criamos para homenagear mulheres importantes. Esse é o resgate de uma história muito importante, que dá ainda mais fundamento para a nossa luta, demonstrando que não é de hoje e nem começou ontem o esforço dessa mulherada em poder ver o futebol feminino realmente como uma profissão, como um esporte que muda também a vida de mulheres”, enaltece a parlamentar.
Conforme Bruna, a luta para tornar o futebol cada vez mais democrático, inclusivo e acessível para todos e todas deve ser acolhida de forma unida, sobretudo para aquelas que acreditam no esporte como profissão e como espaço seguro também nos estádios.
“Nosso propósito é poder ajudar a construir a história dessas atletas que contribuíram muito para a voz do futebol feminino e lutar para que novas jovens consigam ter um espaço digno e real nessa caminhada profissional, técnica, de apoio, suporte e futuro. E essa trajetória engloba vários setores do segmento esportivo, não só as jogadoras: vai do reconhecimento da importância das mulheres na arbitragem, no jornalismo esportivo, nas direções dos clubes, nas preparadoras, nas treinadoras e em outros espaços, como sindicatos e federações”, destaca a deputada.
Além das atletas presentes na ocasião, também foram homenageadas (os) com o certificado as ex-jogadoras do Esportivo Vânia de Oliveira, Nelita Dolores Checato, Márcia Tafarel, Noemi Perotti Marinello, Inelve Agatti, Jaqueline Maira Breda, Marlene Pedretti, a Marleninha, Beatriz Pompermayer Deliberalli, Ana Pompermayer, Moacir Agatti (treinador) e, em memória, Alda Baldissareli Pedrotti, Rosemeri Aparecida Conte e Marlene Delfino Basílio (Massagista).