O morador de Bento Gonçalves, Henry Maia Hoffmann, de 2 anos, está há mais de três meses na espera para a realização de uma ressonância magnética do crânio com sedação, mesmo contando com prioridade na fila de espera por ser pessoa com deficiência (PcD). A mãe, Quelen Maia Hoffmann, aguarda preocupada por conta do quadro de saúde de Henry, que passou a ter com mais frequência espasmos e convulsões, e cogita, mesmo com limitações financeiras, a realizar o exame no particular.
Henry estava sendo consultado por uma neurologista em Bento Gonçalves, porém a profissional deixou de atender pelo SUS. A criança novamente entrou na lista, porém, por conta da significativa demora, foi encaminhada para atendimento em um neurologista em Caxias do Sul. Foi solicitado dois exames: um eletro e uma ressonância.
“Ele estava aguardando na fila de espera e tive que ir lá e cobrar, pois ele estava tendo muitos espasmos e convulsões. Então mandaram ele para ser consultado em Caxias. O médico pediu esses dois exames para ver se ele realmente necessita tomar a medicação, que está bem alta a dose, ou se ele tem que trocar a medicação para ver o que ele tem. O eletro foi feito em março e deu bem alterado, por isso fiquei muito preocupada”, detalha a mãe.
Conforme relata Quelen, a secretaria da saúde de Bento Gonçalves a informou que o procedimento é com a secretaria de Caxias do Sul, a qual, por sua vez, não forneceu nenhuma previsão para a realização do exame. Ainda segundo a mãe, disseram a ela que Henry só poderia realizar a ressonância em Caxias, uma vez que a consulta com o neurologista foi realizada na cidade caxiense.
Henry tem o direito de atendimento prioritário da pessoa com deficiência garantido pela Lei 13.146/2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, e pela Lei 10.048/2000, regulamentada pelo Decreto 5.296/2004, que estabelece prioridades de atendimento. Mesmo assim, a demora para efetuar o exame está deixando a mãe, que cuida dele sozinha e que sobrevive por meio do auxílio de um salário mínimo que Henry ganha, muito preocupada com um possível agravamento da situação. Mesmo com limitações, ela cogita fazer na rede particular o exame.
De acordo com a secretaria da saúde, a pasta está buscando um prestador para realizar o exame. “É um procedimento que é necessária a sedação do paciente, não sendo realizado na cidade. É realizada a organização com outros Hospitais para atender. A Secretaria está dando o suporte necessário”, comenta em nota a assessoria da prefeitura sobre o caso.
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