A dor do crescimento é a dor que acomete geralmente crianças de 6 a 13 anos, principalmente nas pernas, de forma simétrica, em episódios que costumam acontecer no final da tarde ou à noite e que, principalmente, não tem nenhuma alteração nos exames físico e radiográfico.
O termo “Dor do Crescimento” foi descrito há muitos anos e desde então, é empregado para descrever essa dor de causa desconhecida. Por muitos anos, acreditava-se que a dor era causada pelo esqueleto em crescimento, porém nenhum estudo conseguiu comprovar essa teoria. Pelo contrário, a idade de maior prevalência da dor não é a de maior crescimento: a dor tende a desaparecer na adolescência quando há o estirão de crescimento. Estudos mais recentes trouxeram maiores informações e indicaram uma nova abordagem para esses pacientes.
Sintomas
Dor principalmente nas pernas, com intensidade variável. Algumas crianças têm quadros mais intensos, chegando a chorar e acordar devido a dor, mas na maioria das vezes, ela se apresenta de forma leve a moderada. Ocorre sempre no final da tarde ou à noite. Na maioria dos casos, a dor aparece em ambos os membros, mas pode ocorrer em apenas um. A ocorrência é variável e raramente é diária.
Diagnóstico
O diagnóstico é clinico. O exame físico e radiográfico em geral é normal e a história clinica é característica. Normalmente a dor está relacionada a situação de estresse muscular e ósseo em crianças muito ativas, porém novos estudos mostraram uma associação grande da dor do crescimento com a deficiência de vitamina D e a síndrome das pernas inquietas.
Deficiência de vitamina D
Essa condição de deficiência de Vitamina D, cada vez mais encontrada tanto em crianças quanto em adultos, está presente em cerca de 86% das crianças com dores do crescimento. A reposição da vitamina melhora os sintomas e diminui a ocorrência da dor nesses casos.
Síndrome das pernas inquietas
A síndrome das pernas inquietas é uma condição neurológica, encontrada também na faixa pediátrica, que se caracteriza pela agitação motora involuntária dos membros inferiores, mais intensamente à noite, causando distúrbios no sono e podendo gerar quadros dolorosos, similares ao da dor do crescimento.
Tratamento
O dor, em geral, melhora sem a necessidade de medicação analgésica. Apenas cerca de 20% das crianças necessitam de medicação. A atenção dos pais, associada a massagem ou medidas locais (pomadas, gelo, bolsa de água quente) é suficiente para aliviar os sintomas e permitir o sono da criança. Se a criança permanecer com dor no dia seguinte, é fundamental a avaliação médica, uma vez que esse comportamento não é condizente com a dor do crescimento.
Reposição de vitamina D deve ser realizada nos casos em que há deficiência da mesma. Quando diagnosticada a síndrome das pernas inquietas, essa deve ser tratada adequadamente para a melhora do quadro.
A dor do crescimento é uma condição muito comum. Na maioria dos casos, não necessita de nenhum tratamento especifico e tende a melhorar na adolescência.
Devem ser investigados fatores associados, como a deficiência de vitamina D e a síndrome das pernas inquietas. Na presença dessas condições, o tratamento da dor é associado ao tratamento destes fatores.
Dores muito intensas, que ocorrem ou persistem durante o dia, em especial pela manhã, não são características da dor do crescimento e devem ser investigadas pelo pediatra ou pelo ortopedista.
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