Em oito anos, Bento Gonçalves nunca teve números tão altos de casos de dengue autóctones (quando é contraído no município). Nesta quarta-feira, 17, foram registrados 102 pessoas com a doença, sendo 100 somente da cidade e 48 que ainda estão em análise.
Segundo os dados do Painel de Casos de Dengue do Rio Grande do Sul, desde 2015 - quando iniciou a contabilização - Bento Gonçalves nunca tinha registrado tantos pacientes com a doença do Aedes aegypti. De 2015 a 2020, foram contabilizados 0 casos autóctones, a partir de 2021 já aumentou para dois, em 2022 para 10 e em 2023 explodiu, com 102 casos confirmados. Também foi registrado neste ano três pessoas com chikungunya, sendo um contraído no município, além da primeira morte no Estado pela doença.
De acordo com a Secretaria de Saúde, a maioria das ocorrências vem do bairro Vila Nova II, com 75% das contaminações, sendo que todos os bairros da cidade já registraram focos do mosquito (150 até o momento).
Para combater o mosquito, a Prefeitura vem investindo em ações de conscientização e aplicação de fumacê nas localidades mais afetadas. De janeiro a abril foram feitas, em média, 6 mil visitas a imóveis por mês com objetivo de orientar a população. Em pontos estratégicos (cemitérios, borracharias, floriculturas, empresas e outros) foram 336 visitas, além disso, as equipes realizaram 2990 visitas especiais (em locais onde têm doentes), que são relacionadas a pesquisas vetoriais especiais.
Na aplicação do fumacê, os bairros que já receberam foram Vila Nova I, Vila Nova II, Glória, Zatt e Conceição. Nesta quarta-feira, 17, ocorreu o "bota-fora" - que visa dar o destino correto para objetos e resíduos que a coleta diária não recolhe - no Eucaliptos. Os próximos serão o Santa Rita e Fenavinho. Todos os trabalhos são registrados e seguem o plano nacional de combate a dengue.
A médica veterinária da Vigilância Ambiental, Analiz Zattera, destacou acerca das ações. “Diariamente as nossas equipes estão engajadas no trabalho de prevenção e cuidado para que o mosquito Aedes aegypti não se prolifere. As ações desta semana serão intensas, mas é preciso reforçar também que a população faça a sua parte e cuide para não acumular recipientes com água parada ao redor de suas casas,” frisa Zattera.
Locais como terrenos baldios sujos ou depósitos de lixo em vias públicas devem ser denunciados pelo 0800-9796-866.
Sobre o mosquito
O Aedes aegypti tem, em média, menos de 1 centímetro de tamanho, é escuro e com riscos brancos nas patas, cabeça e corpo. Com hábitos diurnos, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer, o inseto (apenas a fêmea) se alimenta basicamente de sangue humano.
A reprodução acontece em água parada (limpa ou suja), onde os ovos são depositados.
Os principais sintomas da dengue são:
Febre alta (maior que 38.5°C) de início abrupto e que dura entre 2 e 7 dias
Dores musculares intensas
Dor ao movimentar os olhos
Mal-estar
Falta de apetite
Dor de cabeça
Manchas vermelhas no corpo
Ao apresentar os sintomas, é muito importante procurar a Unidade de saúde mais próxima, para diagnóstico e tratamento adequados
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