Uma grande polêmica está ocorrendo em Bento Gonçalves envolvendo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPURB) e os pedidos de projetos de imóveis construídos há mais de 30 anos nos bairros Jardim Glória, Conceição e Ouro Verde, se baseando em uma lei de 1996, modificada em 2010. Porém, parece que o mesmo peso de fiscalização da Prefeitura não está ocorrendo em bairros mais nobres da cidade, como o Santo Antão. Segundo o vereador Anderson Zanella (PP) em um comentário sobre o assunto na sessão da Câmara de Vereadores do dia 24 de abril, há moradores que, supostamente, invadiram uma área pública no local, construindo até piscinas, e a Casa Amarela não fez nenhum movimento para notificar essas pessoas.
Em um comentário feito durante a sessão da Câmara de Vereadores do dia 24 de abril, o vereador Anderson Zanella (PP) divulgou a informação de que havia propriedades construídas em um terreno da Prefeitura, que vai a leilão, de quase seis mil metros quadrados entre as ruas Henrique Enricone, Isidoro Agostini e Gaspar Caineli e Pedro Giacomini, em um bairro nobre da cidade, o Santo Antão.
Segundo o parlamentar, a área é verde e foi invadida por esses proprietários que construíram suas casas. “Nós temos aqui uma série de imóveis desafetados pela Câmara de Vereadores para irem a leilão e um desses imóveis é em uma área nobre da cidade, onde na discussão sobre o Plano Diretor com a comunidade do bairro – a qual respeito a opinião – não queriam que construíssem prédios lá. Mas essa área muito grande do município faz divisa com muitas casas e todas essas residências invadiram essa área pública que vai a leilão,” denuncia o vereador Zanella.
O parlamentar também diz em sua fala que comunicou a Prefeitura, mas que não foi feito nada, e frisa que a fiscalização precisa ser para todos, independentemente do poder aquisitivo. “Eu solicitei a fiscalização várias vezes e a resposta que foi me dada é que “não querem se meter nessa situação”. Ou seja, é preciso fiscalizar a todos, principalmente quem invadiu uma área pública, seja ele rico, milionário ou pobre. Se a área é pública, ela tem que continuar sendo pública. Se ora o município desafetou para colocá-la a venda, ela tem que ser respeitada. Eu sugiro que a Secretaria competente fiscalize essa área, pois eu vou cobrar, porque a lei é para todos. Até piscina foi construída em uma área pública, então a gente precisa combater a ilegalidade. Construir em área publica é ilegal e invasão de área verde,” finaliza sua fala na sessão da Câmara de Vereadores do dia 24 de abril.
A reportagem do NB entrou em contato com a assessoria da Prefeitura para verificar se de fato os imóveis estão invadindo a área. De acordo com a diretora do IPURB, Melissa Bertoletti, eles estão verificando a situação. “A fiscalização esteve no local e será verificado se realmente existem invasões na área. Isso será feito através de levantamento topográfico e mapeamento de matrículas,” revela de forma sucinta.
A fala completa do vereador Anderson Zanella pode ser acessada aqui.