Alunos da periferia de Porto Alegre visitam o Museu Julio de Castilhos

Estudantes de duas escolas públicas da periferia de Porto Alegre participarão do Projeto Ponte, que viabiliza o acesso ao Museu Julio de Castilhos (MJC), instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). A primeira visitação será na quinta (11/5), às 14h, com alunos do 4º ano do Ensino Fundamental da Escola Estadual Santa Rosa. Ao todo, 640 alunos desse colégio, que fica no bairro Rubem Berta, e da Escola Municipal Vereador Carlos Pessoa de Brum, na Restinga, serão contemplados.

O Projeto Ponte nasceu a partir de um mapeamento que mostrou o perfil do público que visitou o museu nos últimos quatro anos. Entre as instituições de ensino que fizeram agendamento para visitação mediada predominaram as escolas públicas de bairros próximos ao centro de Porto Alegre ou do interior do Estado, não havendo procura, salvo raras exceções, de estabelecimentos de ensino da periferia da capital. Levando em conta os visitantes espontâneos, o museu recebeu, na maioria das vezes, um público formado por pessoas com ensino superior e idades entre 25 a 40 anos.

Segundo a secretária de Estado da Cultura, Beatriz Araujo, é fundamental essa aproximação com o público estudantil. "Nossa ação integrada com as redes escolares permite dar escala a essa iniciativa. Estamos facilitando o acesso às expressões artísticas e ao patrimônio histórico e cultural, que é de todos", afirma a secretária.  

Ela lembra que recentemente o Museu Julio de Castilhos recebeu investimentos do governo do Estado, por meio do Programa Avançar na Cultura, para qualificar sua estrutura física e o acervo, justamente com a intenção de acolher melhor os visitantes e atrair novos públicos. 

Sobre o projeto

O Projeto Ponte foi aprovado no edital da Vara de Penas e Medidas Alternativas, do Fórum de Porto Alegre, e vai custear o transporte para alunos das escolas que manifestaram interesse, por meio de consulta prévia realizada pelo Núcleo Educativo do MJC. O Projeto Ponte é um piloto e terá nova edição no próximo ano, com a possível inclusão de outras escolas públicas.

Como condição de adesão, o MJC promoveu uma etapa de formação para 19 professores das duas escolas. Eles visitaram as exposições da instituição e receberam informações sobre patrimônio, musealização, conservação de acervo e ajustes de proposta de mediação com a equipe educativa. Antes dessa atividade formativa, a equipe do museu foi à escola, levou algumas peças do acervo e conversou com a equipe e com alunos.

“No projeto, além do acesso a um público que não vem ao museu porque fica distante dele, em termos territoriais, trabalhamos conceitos com os professores, visando a valorização do patrimônio do bairro e o repertório dos alunos, para que a escola prossiga com o tema após a visita. O desafio deu tão certo que a Escola Santa Rosa já planeja um museu escolar”, detalha a museóloga e diretora do MJC, Doris Couto.

O coordenador do Núcleo Educativo do MJC, Luciano Steiw, também destaca o aspecto inclusivo do projeto. “A iniciativa dá oportunidade para alunos de regiões periféricas conhecerem um museu histórico do centro da cidade, onde muitos nunca vêm, promovendo o sentimento de inclusão. É um grande exercício de cidadania para jovens e crianças”, ressalta.

_{Texto: Ascom Sedac
Edição: Rodrigo Toledo França/Secom}