Após a realização da Operação Venire da Polícia Federal em sua casa e em outros 16 locais, o ex-presidente Jair Bolsonaro deu uma rápida entrevista negando que tenha falsificado documentação de vacinação contra a Covid-19. A investigação da PF apura se Bolsonaro utilizou o documento falso para entrar nos Estados Unidos. Alguns assessores do ex-presidente foram presos na operação.
Em entrevista a repórteres na saída de sua casa, Bolsonaro negou que tenha feito qualquer fraude no documento ou que tenha se imunizado contra a covid-19, como consta no sistema do Ministério da Saúde. O ex-presidente afirmou que a operação policial de hoje é apenas para “criar um fato”. “Fico surpreso com a busca e apreensão na casa do ex-presidente para criar um fato”, disse Bolsonaro, confirmando que seu advogado vai fazer sua defesa com a tese de interferência política por parte do governo Lula na Polícia Federal para justificar a operação, que também prendeu dois auxiliares do ex-presidente, Mauro Cid e Max Guilherme.
Questionado sobre a suspeita de que teria feito o documento falso para conseguir entrar nos Estados Unidos, onde ficou por três meses a partir do fim de dezembro de 2022, Bolsonaro afirmou: "Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum. Sempre disse que não tomei". Além do próprio cartão do então presidente, a investigação apura se o cartão de vacinação de Laura, filha de Bolsonaro, de 12 anos, foi adulterado. "Minha filha Laura não tomou vacina", confirmou o ex-presidente, argumentando que decidiu por não se imunizar ao ler a bula da vacina da Pfizer.