O Chevrolet Onix conquistou o tetracampeonato como carro mais vendido do Brasil. Seu desempenho em 2018 foi espetacular. Com 210.458 unidades emplacadas, ele conquistou o dobro de vendas de seus mais próximos seguidores: Hyundai HB20 (105.506) e Ford Ka (103.286). Os números foram divulgados pela Fenabrave. Se fosse uma corrida de carros, o Onix teria chegado uma volta à frente do segundo e terceiro colocados.
Para além de ter tido esse desempenho em vendas, o Chevrolet Onix também é um grande negócio. Pelos cálculos feitos pela República do Automóvel, o faturamento do Onix no ano passado rompeu a barreira dos R$ 10 bilhões, chegando a estimados R$ 10.678.638.920. É muito dinheiro. Mas, evidentemente, esse não é o lucro deixado pelo carro. Como se sabe, devido aos altíssimos impostos, o governo ficou com pelo menos metade desse valor. Outro tanto foi para as concessionárias. O restante foi dividido nos custos de produção e administração. Mesmo assim, calculando um resultado operacional de apenas 10% no faturamento, o Onix deve ter deixado nos cofres da General Motors algo como R$ 1,068 bilhão de lucro. Isso dá uma margem de R$ 5.074 para cada Onix vendido. Se o resultado foi de 5%, o lucro por carro foi de R$ 2.537. Nem é muito.
Os números verdadeiros são guardados a sete chaves, não apenas pela GM, mas por toda a indústria automobilística. Portanto, pode ter sido menos; ou também pode ter sido muito mais. Para chegarmos ao faturamento de R$ 10,7 bilhões para o Onix, consideramos o ticket médio estimado do carro, pelos preços atuais. O Onix 1.0 (versões Joy e LT) teve um ticket médio de R$ 45.790. O volume de vendas para essas versões foi de 50%. Já as outras quatro versões do Onix, todas com motor 1.4, tiveram um ticket médio de R$ 55.690 e também ficou com 50% do volume de vendas. O resultado deu R$ 4,818 bilhões de faturamento para o Onix 1.0 e R$ 5,860 bilhões para o Onix 1.4.
Família Onix e Prisma passa dos R$ 14,6 bilhões
Lançado em 2012, o Onix logo se tornou um carro de sucesso na linha Chevrolet . Sua principal inovação foi oferecer um bom sistema multimídia a preço acessível e câmbio automático nessa categoria de carros. Em seguida veio o Prisma, que herdou o nome do antigo Celta sedã, mas que é a variação de três volumes do Onix. Sexto colocado no ranking geral de vendas do ano passado, o Prisma é o sedã mais vendido do Brasil, com 71.735 emplacamentos.
O mesmo critério foi aplicado para calcular o faturamento anual do Prisma . Com ticket médio de R$ 49.290 na versão 1.0 e de R$ 61.423 nas versões 1.4, o Prisma faturou algo em torno de R$ 3.970.992.461. Esse valor mostra que a família Onix/Prisma é uma mina de ouro para a GM do Brasil. Juntos, o Onix e o Prisma faturaram R$ 14,649 bilhões no ano passado. A curto prazo, somente a família Polo/Virtus, da Volkswagen, pode almejar um sucesso comercial desse nível, pois tem um ticket médio superior e os carros ainda possuem muito potencial para crescer no mercado. Com 282,2 mil carros emplacados, a família Onix/Prisma foi responsável por 65% do volume de vendas da Chevrolet em 2018.
Jeep Compass passa de R$ 8 bilhões
Ainda dentro da lista dos 10 carros mais vendidos no ano passado, o Jeep Compass, nono colocado, também teve um faturamento robusto. Suas vendas somaram 60.284 unidades, o que novamente lhe deu o título de SUV mais vendido do país. Para calcular o faturamento do Compass, consideramos 50% das vendas para a versão de entrada, que custa R$ 119.990. Os 50% restantes foram divididos entre as outras cinco versões do Compass, com ticket médio de R$ 153.070. No total, o faturamento estimado do Jeep Compass em 2018 foi de R$ 8.230.574.520. Novamente, não sabemos quanto foi o lucro da FCA com esse carro, mas com certeza as margens de um SUV são maiores do que as de um hatch/sedã compacto.
Além do Onix , a FCA também comemorou mais uma dobradinha no ranking de comerciais leves, com a vitória das picapes Strada (67.227 vendas) e Toro (58.477). Nesse caso, porém, a maior parte do faturamento vem das vendas diretas, o que torna mais difícil fazer uma estimativa, pois os descontos são dados em função do volume da compra. Com a dobradinha Strada/Toro, a FCA manteve sua liderança no segmento de comerciais leves. Ela obteve 38,6% das vendas, contra 17,9% da Volkswagen e 12,2% da Chevrolet.
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