Os médicos do IPE-Saúde decidiram manter a paralisação até o dia 02 de maio. A informação foi confirmada na noite desta quarta-feira, 12. Desde segunda-feira, 10, consultas e procedimentos não urgentes estão suspensos. As informações são do Portal G1 RS.
A decisão de manter a paralisação aconteceu em uma assembleia geral realizada pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) depois de uma reunião com o governo do estado. Segundo o Simers, não houve apresentação de proposta de reajuste dos honorários médicos e hospitalares. "Hoje nós temos um déficit recorrente ou seja um valor que a despesa é maior que a receita e temos dívida também na ordem de R$ 250 milhões, aquilo que supera o prazo contratual de 60 dias. O IPE precisa se reformular e voltar a ser sustentável financeiramente para continuar prestando bom serviço a população", diz diretor-presidente do IPE Saúde, Bruno Jatene.
Diagnóstico
O governador Eduardo Leite apresentou um diagnóstico da situação financeira do IPE Saúde, na tarde desta quarta. Entre os pontos apresentados estão: média de idade do titular do plano é 60 anos. São pessoas que precisam mais de exames, consultas e procedimentos médicos. Servidores com salários mais altos optam por planos privados.
A adesão ao IPE Saúde deixou de ser obrigatória desde 2005, o que acaba diminuindo a entrada de dinheiro em caixa. Atualmente, há 300 mil dependentes que, segundo o governo, se beneficiam do IPE mas não contribuem. Somando a contribuição patronal, que é a do estado, e a do servidor, o valor médio de contribuição é de R$ 210.
Tudo somado ao aumento de 23% no custo dos procedimentos médicos e hospitalares em um ano provoca um rombo mensal de R$ 36 milhões no plano.
"A gente precisa fechar essa conta, e para fechar essa conta nós vamos chamar ao debate os representantes da sociedade, com os deputados. A conta terá que ser paga. Quem paga a conta? A sociedade toda na forma dos recursos do tesouro - que sempre vai ser chamado porque mesmo que tenha alguma modalidade que chame a contribuição em volume maior ao servidor, o estado vai pagar mais também. Então o modelo que deverá se apresentar continuará tendo a participação do estado, que será maior do que a participação atual. Agora o que nós estamos observando é um desequilíbrio que faz com que o estado tenha aportado só no ano passado quase R$ 800 milhões de recursos do tesouro, que deveriam atender a toda a sociedade, inclusive ao sistema de saúde, para atender um plano que atende 1 milhão de gaúchos", disse o governador.
O governo agora pretende começar a conversar com representantes das entidades médicas e hospitais. Depois, será elaborado um projeto de lei que vai ser encaminhado para a Assembleia Legislativa. A ideia é que a votação aconteça ainda no primeiro semestre deste ano.
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