Com a chegada do verão, o ar-condicionado volta a reinar como um aliado para se enfrentar a alta das temperaturas. Para quem não pode (ou não quer) investir no aparelho, uma solução é fazer do tradicional ventilador um “ar-condicionado” barato e irreverente. Quem dá a dica é o DDelectroTech.com, canal de projetos eletroeletrônicos de DIY (Do It Yourself). Em um tutorial que já conta com mais de dois milhões de visualizações, eles ensinam como transformar o faparelho com materiais simples e reaproveitados e reduzir a temperatura do ambiente em até 6°C.
Passo a passo
O primeiro passo é cortar seis garrafas pet de dois litros na linha acima do rótulo, formando cones. Com a ajuda de um compasso ou de outro objeto circular, desenhe um círculo (com diâmetro um pouco menor do que o da grade do ventilador) em uma cartolina grossa ou papelão. Dentro dele, faça outros seis círculos com diâmetro igual ao da base do cone. Depois, recorte todos os círculos.
"Encaixe os cones nos círculos vazados da cartolina e prenda-os com fita adesiva e cola quente. Faça dois furos próximos em quatro lados da base e passe lacres plásticos por eles. Coloque esta base circular sobre a grade do ventilador e prenda as duas partes fechando os lacres. Para um melhor acabamento, corte o excesso do plástico.
Por quê funciona?
A redução da temperatura proporcionada pela instalação dos cones plásticos à frente do ventilador tem base científica. Ela decorre do fenômeno físico conhecido como Efeito Joule-Thomson, como explica o doutor em Física Dinis Gomes Traghetta, professor da Universidade Positivo (UP). “Quando um gás é comprimido e, depois, expandido, ele esfria”, acrescenta.
É isso o que ocorre no ventilador adaptado. Quando em funcionamento, a hélice empurra o ar para dentro da garrafa pet e o comprime. Ao sair pelo gargalo, o ar se expande novamente, saindo mais frio do ventilador.
"Este resfriamento não acontece com todos os gases. Quando comprimidos e expandidos o oxigênio e o nitrogênio esfriam, enquanto o hidrogênio esquenta. Como o ar é formado por 79% de nitrogênio, 20% de oxigênio e apenas 1% hidrogênio, o aquecimento deste é insignificante perto do resfriamento dos demais”, completa Traghetta.
O professor lembra, no entanto, que é difícil precisar em que medida a adaptação do ventilador pode contribuir para o resfriamento do ambiente. Isso porque, ao sair do cone plástico, o ar volta a expandir e a trocar calor com o ar quente do espaço. Além disso, questões como o volume de ar, o tempo e a quantidade de ventiladores que estarão ligados no mesmo ambiente também podem interferir no desempenho de ventilador adaptado.
“Não dá para afirmar em que medida [o ventilador adaptado] dará conta de resfriar o ambiente. Mas o princípio por trás dele é real”, completa o professor.
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