A decisão de abastecer com álcool ou gasolina em um veículo depende de vários fatores, incluindo o preço relativo dos dois combustíveis, o consumo de combustível do veículo e a eficiência energética de cada combustível. O álcool geralmente é mais barato do que a gasolina no Brasil, mas também tem um poder calorífico menor. Isso significa que um motor que usa álcool como combustível pode ter um consumo de combustível maior do que um motor a gasolina, o que pode reduzir a vantagem financeira do álcool.
Para saber se vale a pena abastecer com álcool, você pode calcular o consumo do seu veículo com ambos os combustíveis e comparar o preço por quilômetro rodado. Além disso, é importante considerar que alguns veículos são projetados para funcionar melhor com um tipo específico de combustível. Outro ponto a ser considerado é a disponibilidade do álcool. Em algumas regiões, pode ser mais difícil encontrar postos que ofereçam álcool, o que pode dificultar o abastecimento.
No começo, foi estabelecido que, se o valor do etanol fosse até 70% do preço da gasolina, abastecer com o combustível vegetal seria vantajoso. Mas, pela evolução técnica dos motores e do próprio etanol, hoje, essa proporção está diferente e pode chegar a até 75%. O presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, sugere que cada motorista faça as contas e veja qual a proporção é a correta. Para ele, nem mesmo as medições do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, feitas pelo Inmetro, refletem a realidade. “Os testes feitos pelo Inmetro tem como base a gasolina com uma mistura de 22% de álcool anidro. Hoje, a gasolina é vendida nos postos com 27%. O número que está ali pra gasolina não reflete a verdadeira quilometragem que aquele carro poderá rodar com gasolina. Se o teste fosse feito com a gasolina com 27% de anidro, o consumo com esse combustível seria maior”, afirma Campos.
Gasolina ou etanol?
Para exemplificar essa diferença, a entidade que representa os produtores de etanol de São Paulo – Unica – contratou o Instituto Mauá de Tecnologia para realizar testes, em campo, com automóveis usando etanol hidratado e gasolina vendida nos postos, com 27% de álcool anidro, para mostrar que os números de consumo divulgados pelo Inmetro não refletem a realidade em relação a esses dois combustíveis.
Foram utilizados 20 veículos: cinco unidades de quatro modelos diferentes (compactos 1.0 e 1.6, sedã médio e utilitário esportivo). Eles percorreram 27 km em trechos urbanos e 30 km em rodovias. Cada um desses circuitos foi repetido 15 vezes. Os trajetos foram definidos seguindo o padrão de testes e análises já realizados pelo Instituto Mauá em vias públicas.
Avaliado por meio de análise estatística, o desempenho médio do etanol comum em relação à gasolina comum, que contém 27% de etanol anidro, para os modelos de veículos testados variou de 70,7% a 75,4%. Como referência, os valores encontrados para os mesmos modelos de veículos pela norma do Inmetro foram, respectivamente, 66,7% a 72,1%. Além disso, tal percentual também varia, principalmente com o perfil de direção do motorista e a tecnologia embarcada no veículo.
Em resumo, para saber se vale a pena abastecer com álcool, é preciso levar em conta o preço relativo dos combustíveis, o consumo do veículo e a disponibilidade do álcool na região. Se o álcool for significativamente mais barato e o consumo do veículo com esse combustível for aceitável, pode ser vantajoso optar por ele. Caso contrário, pode ser melhor usar gasolina.
Mín. 13° Máx. 20°