Depois de sofrer quatro derrotas, o Cobras, franquia brasileira que disputa o Super Rugby Américas, a liga profissional masculina de rugby do continente, obteve a sua primeira vitória na competição. Com a ajuda do fullback do Farrapos, Guilherme Coghetto, de 31 anos, a equipe superou o Seknam, do Chile, atuais vice-campeões, pelo placar de 30 a 24. Nesta semana, o Cobras viaja para os Estados Unidos para encarar o American Raptors, no domingo, dia 2, às 20h, em Glendale, no Colorado, com transmissão ao vivo da ESPN 3.
Coghetto está atuando pela primeira vez pela franquia brasileira. Conforme o fullback, sempre foi um desejo em atuar pelas cores do Cobras. “Era uma coisa que eu tinha desejo. É uma competição que eu tinha que experimentar e queria muito estar jogando ao lado desse grupo inteiro que é muito bom, principalmente pela energia do grupo quando tivemos muitas dificuldades”, pondera.
Apesar da sequência de quatro derrotas na arrancada da competição, Coghetto salientou que o grupo de atletas não abaixou a cabeça e seguiu tentando evoluir dentro da competição para obter os primeiros pontos. “Em nenhum momento, apesar de ter algumas derrotas seguidas, criou-se uma energia de desânimo. Bem pelo contrário. O grupo queria mais, trabalhou mais, estava mais disposto ainda depois dos momentos negativos. A gente não é um grupo que fica confortável num cenário negativo. É um grupo que quer sempre mais, tem muitas condições, tem muito potencial e tem muita vontade de treinar”, pondera.
Com essa gana e esse desejo de crescer e ganhar que serviu de combustível para que o Cobras conquistasse a sua primeira vitória no Super Rugby Américas, e diante da forte franquia chilena. Das cinco partidas até o momento, Coghetto atuou em três, sendo titular em dois confrontos.
“Foram atuações difíceis, mas que a gente tirou boas lições. Eu acho que isso é o bom de ter jogos difíceis, e tem o lado positivo de conseguir aprender com esses jogos e melhorar, evoluir. Tivemos bastante dificuldade em relação à disciplina, acabamos nos colocando em situações de desvantagem numérica por jogar com cartões amarelos e cartões vermelhos. Foram difíceis nesse sentido, mas que também, de certo modo, a gente pode olhar para isso e aprender. Melhoramos nisso e evoluímos bastante”, relata.
Conforme Coghetto, a vitória diante do Seknam passou, sobretudo, pela disciplina da equipe dentro das quatro linhas. “Foi um jogo no qual conseguimos ser mais disciplinados, principalmente em relação ao offside. Isso nos permitiu estar mais descansados quando tínhamos a bola. Sofremos menos na defesa, conseguimos jogar 15 contra 15 e teve um cartão amarelo só nesse jogo. Então isso nos trouxe uma vantagem ofensiva. Além disso, por estar em igualdade numérica, estivemos menos desgastados fisicamente na partida. Então, evolução é possível de se observar, sim”, salienta o fullback.
O jogo dos Cobras diante do time norte-americano será inédito, pois os Raptors debutaram neste ano no Super Rugby Américas. A liga conta com 7 times, que se enfrentam em turno e returno, com os 4 primeiros colocados avançando às semifinais. Uma vitória brasileira contra os Raptors poderá colocar os Cobras a uma vitória do G4, dependendo dos resultados das demais partidas.
“O grupo vem trabalhando muito duro e a série inicial de derrotas pesou muito. Mas nosso time jamais deixou de crer que poderia jogar em nível alto na competição. Acreditamos que o trabalho era positivo, apesar de alguns aspectos negativos, como disciplina. Fizemos um bom jogo, vencemos o Selknam, e agora é manter o foco para a viagem aos Estados Unidos”, comentou Josh Reeves, treinador dos Cobras.
Os Cobras ainda farão um amistoso nos Estados Unidos, no dia 6, contra os Hawks, a seleção de desenvolvimento do país, organizada pela Major League Rugby, liga norte-americana de rugby.