As crianças possuem 20 decíduos, ou os chamados dentes de leite. São dez na arcada superior e dez na arcada inferior. Esses dentes são formados por coroa, raiz e tecido pulpar na parte interna, conhecida como canal ou polpa do dente, sendo assim, compostos por estruturas semelhantes aos dentes permanentes, mas diferentes no tamanho e formato anatômico.
O início da troca dentária ocorre em média na faixa dos cinco aos sete anos de idade com os incisivos centrais inferiores e é uma fase que envolve grande ansiedade por parte dos pais e das próprias crianças, devido à medo, dúvidas e insegurança. Além do fator envolvendo uma nova fase de maturidade, já que a queda dos primeiros dentes acaba sendo para os mais novos uma prova de que estão crescendo e que já não são meras crianças. E aos olhos dos pais também, pode ser de difícil aceitação o fato de que seus filhos não são mais "bebês".
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Muitas crianças se sentem orgulhosas e ansiosas quando estão prestes a perder um dentinho, mas outras podem se sentir envergonhadas de ficarem "banguelas". Os pais devem ajudar agindo naturalmente e incentivar a criança dizendo que irá cair um dentinho para nascer um "novo e bem bonito" no lugar deste, explicando que é um processo natural, que seus amiguinhos da escola também estão trocando os dentes e também ganharão uma "janelinha". Outra ideia que pode ser usada como opção, é a mãe tirar fotos do novo sorriso para colocar no álbum de fotos, e assim, fazer com que a criança entenda que ela está evoluindo.
É importante evitar que a criança fique colocando a mão suja na boca tentando amolecer o dente, porque isso acaba levando mais microrganismos e deixando a região inflamada. O ideal é que o dente caia naturalmente, caso contrário, precisará de avaliação de um profissional.
Geralmente, os primeiros dentes a cair são os anteriores, seguidos pelos caninos e depois os posteriores, mas pode existir alterações nessa ordem. É importante salientar que os primeiros molares permanentes nascem aos seis anos de idade, atrás do último dentinho de leite (segundo molar decíduo), sem que haja a troca. Porém algumas mães ficam surpresas quando vão ao consultório e ficam sabendo que estes são dentes permanentes.
Normalmente o que faz o dente de leite cair é a pressão exercida pelo seu sucessor permanente, sendo que ele poderá aparecer logo em seguida ou em até um mês depois. Nos casos mais demorados, pode estar ocorrendo por falta de espaço para o dente que está nascendo ou devido a gengivas muito fibrosas, e então, deve ser acompanhado de perto por um profissional especializado, pois podem ter outros fatores impedindo os dentes de erupcionar corretamente.
O processo da perda dos dentes de leite ocorre naturalmente e de maneira fisiológica por meio de reabsorção da sua raiz pelo dente permanente que irá erupcionar em seu lugar. Muitas vezes eles caem durante a alimentação, escovação ou até mesmo sozinho. Se os dentes estiverem em sua correta posição e com espaço adequado na arcada, o dente permanente segue um determinado caminho de erupção de encontro à raiz do dente de leite de modo que vai gradualmente estimulando sua reabsorção, até que toda a raiz que está inserida no osso seja perdida. Assim o dente decíduo vai tendo sua mobilidade aumentada até que acaba permanecendo somente a coroa inserida na gengiva.
É comum, portanto, ter um leve desconforto gengival acompanhado de um pequeno sangramento na região que envolve o dente que está prestes a cair ou após a perda dentária. Neste último caso, pode ser feita um bolinha de algodão ou gaze para que a criança fique mordendo por 5 minutos até que cesse o sangramento. É muito importante que os pais entendam que é um processo natural e mantenham a calma e a serenidade para que a criança não fique nervosa ou apreensiva.
Em alguns casos, os dentes podem encontrar alguma dificuldade para cair e isso pode estar relacionado a diversos motivos, entre eles:
- Perda do caminho de erupção do dente permanente, que acaba por não reabsorver por completo a raiz do dente decíduo
- Arcada muito pequena e/ou estreita, em que os dentes não tenham seu devido espaço
- Falta de estimulo mastigatório do dente em questão
- Forte inserção de fibras gengivais.
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