A sustentabilidade guiou os 42 trabalhos produzidos por estudantes do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Ensino de Bento Gonçalves. Produção de energias limpas, uso adequado dos recursos naturais e alimentação saudável foram alguns dos temas explorados pelos 250 alunos que participaram da I Mostra Científica do Campus Universitário da Região dos Vinhedos (CARVI).
O encontro reuniu 13 escolas. De acordo com a professora Scheila de Ávila e Silva, coordenadora do evento, a proposta de uma mostra surgiu a partir de um edital do CNPq e teve o objetivo de estimular a produção científica e tecnológica no município. A professora explica que, com apoio da secretaria municipal, foi possível realizar a capacitação de 50 professores da rede pública de ensino, para serem multiplicadores nos estabelecimentos de ensino em que atuam. A partir daí, os educadores estimularam os estudantes para produzirem seus trabalhos. Os alunos submeteram seus projetos por escrito e em grupo. Uma avaliação inicial definiu os 42 que foram apresentados à comunidade.
Scheila detalhou que cada grupo devia contar com a orientação de dois professores de diferentes áreas do conhecimento, como forma de explorar a interdisciplinaridade entre os conteúdos. "Todos os projetos tinham uma versão escrita, um pôster e um produto, para demonstrar na prática o conceito estudado”.
Iniciativa sobre sustentabilidade no cotidiano vence a mostra
Veio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Princesa Isabel o trabalho melhor avaliado da I Mostra Científica. O desejo era claro: promover uma mudança comportamental com relação ao aproveitamento de alimentos e materiais. A partir dessa nova postura, os alunos do 9º ano lançaram uma campanha para arrecadação de sucata e outras objetos para serem reciclados. A ação rendeu a produção de um telhado sustentável – feito com garrafas PET – que dará origem a um pergolado no pátio externo da escola, a confecção de roupas com materiais reutilizados, além da criação de puffs para serem colocados na área externa em criação na escola e de um jogo americano. “Nossa ideia surgiu a partir de um problema que percebemos. Não contávamos com parte coberta no pátio da escola e resolvemos reciclar as garrafas PET recolhidas para criar essa estrutura”, explica.
Ao lado das colegas Raquel Kunzel, Caroline Bagiston, Erica Sanches, Manuela dos Santos e do colega Marco Rudek, Caroline contou com a orientação da professora Ana Clara Pagot, Claudete Dalla Corte, Marta Sassi e Flávia Renata Soares. Agora, o foco está na finalização da construção no pátio, para que a turma possa deixar o trabalho como um legado para escola.
Para transformar o lixo em adubo
Sabe os restos de alimentos que diariamente vão pro lixo de casa? Foi pensando em uma maneira de utilizá-los de outra maneira que os estudantes do 8º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Alfredo Aveline criaram uma composteira caseira. Feita com baldes, o utensílio pode ser desenvolvido de modo simples, gera adubos que podem ser colocados na horta de casa e acabam diminuindo o investimento público no recolhimento do lixo, além de otimizar os resíduos que seriam descartados. A ideia partiu dos estudantes Alef Pasqualotto, Alice Tremea, Gustavo Abreu, Joseph Cipriani e Patrick Almeida e conquistou o segundo lugar na mostra.
Use a luz solar
Durante o dia, muitos ambientes domiciliares precisam acionar a energia elétrica para ficarem iluminados. Isso representa um custo para o bolso e também para a sociedade que acaba gastando ainda mais recursos e ampliando o consumo energético. Os alunos do 9º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Anselmo Luigi Piccoli pensaram como claraboias podem facilitar o uso da energia solar e deixar os ambientes da casa mais iluminados. A iniciativa de aproveitamento da energia foi explicada por meio de uma maquete. O trabalho conquistou o terceiro lugar da mostra e comprovou como uma nova forma de pensar pode ser mais simples do que parece e tem a possibilidade de agregar uma nova fonte de energia – sem custo – para os lares brasileiros.