Um intervalo de 759 dias e mais de 27 milhões de doses aplicadas separam a noite daquele 19 de janeiro de 2021 e esta sexta, 17 de fevereiro de 2023. Em 2021, na época com 99 anos, Eloina Gonçalves Born foi a primeira pessoa a receber uma vacina contra o coronavírus no Rio Grande do Sul. Após ter feito todas as quatro doses recomendadas para sua faixa etária, ela recebeu a dose da vacina bivalente. Esse tipo de imunizante combate variantes mais atuais do vírus.
Eloina é a residente mais velha de um lar para idosos em Porto Alegre que recebeu, nesta sexta (17), a visita da equipe de imunização da Unidade Básica de Saúde Bananeiras. No local, vivem 24 idosos, todos com mais de 80 anos. Eles e a equipe de funcionários também foram vacinados. As instituições de longa permanência de idosos (ILPI) são um dos alvos prioritários desta nova etapa da vacinação contra o coronavírus, iniciada na terça (14). A Secretaria Estadual da Saúde (SES) também passou a orientar os municípios para a vacinação dos idosos com 70 anos ou mais nos postos de saúde.
Assim que foi convidada para vir até a sala de estar onde a equipe de enfermagem estava organizando a vacinação, Eloina ficou animada. Ao chegar na poltrona, disse que gosta de se vacinar. Depois de receber a dose, posou sorridente segurando a caderneta de vacinação com as cinco doses. “E quem não fizer a vacina, vai se arrepender”, comentou ela, que ao longo de toda a pandemia não teve covid-19 em nenhum momento. “Além do mais, não dói nada. E nem me gripar eu me gripei”, acrescentou.
A vacinação nas ILPI não obedece a um critério de idade. Todos os residentes e funcionários serão vacinados, desde que cumpram os critérios estabelecidos para se receber a dose bivalente: a pessoa deve ter concluído, pelo menos, o esquema primário de vacinação contra covid-19 (composto pelas duas primeiras doses ou dose única das vacinas monovalentes) e ter tomado a última dose monovalente há pelo menos quatro meses.
Vacinação com imunizante bivalente
Até agora, a Secretaria da Saúde já recebeu e distribuiu 257,5 mil doses bivalentes. A expectativa, de acordo com o cronograma do Ministério da Saúde, é que o Rio Grande do Sul receba um total de 1,2 milhão de doses até 1º de março. Depois disso, a entrega das vacinas acontecerá periodicamente, mas ainda não há um cronograma definido.
As pessoas que não fazem parte do grupo prioritário das vacinas bivalentes e aquelas que não iniciaram a vacinação ou que não concluíram o esquema de duas doses monovalentes devem tomar o imunizante o quanto antes. Estudos já mostraram que a resposta imunológica das vacinas contra a covid-19 não são permanentes. Por isso, a atualização do esquema vacinal fundamental para o controle e a diminuição dos casos graves e de óbito por causa da doença.
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