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Hospital Tacchini realiza captação de 10 órgãos de duas pessoas para transplante

Rins, córneas e fígado foram retirados de vítima de acidente de trabalho em Bento e de uma mulher que morreu após um AVC.

09/02/2023 às 11h03
Por: Marcelo Dargelio
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Equipe do hospital realizou os primeiros dois transplantes de 2023 - Foto: Alexandre Brusa/Divulgação
Equipe do hospital realizou os primeiros dois transplantes de 2023 - Foto: Alexandre Brusa/Divulgação

A doação de órgãos é um momento importante e fundamental para salvar vidas. Para as famílias que perdem um ente querido o ato é muito difícil, pois precisa ser autorizado em um momento de dor, mas que é imprescindível para quem ainda está vivo e na fila para receber uma doação. Em 10 dias, a Comissão Intra Hospitalar para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Tacchini realizou as duas primeiras captações de múltiplos órgãos de 2023. Foram 10 órgãos retirados de duas pessoas falecidas na casa de saúde. Todos eles foram transplantados com sucesso. 

De acordo com o hospital, a primeira doação ocorreu no dia 27 de janeiro, enquanto a segunda foi efetuada na última segunda-feira, dia 6 de fevereiro. Cada um dos procedimentos permitiu a doação de 2 rins, fígado e 2 córneas a pacientes compatíveis cadastrados por ordem de prioridade na Central de Transplantes do Estado.

O primeiro doador foi Geremias Siqueira de Lima, de 33 anos, que teve morte encefálica decretada após sofrer um acidente de trabalho. A família dele autorizou a doação de órgãos, que salvarão muitas vidas de gaúchos. A segunda captação foi realizada a partir da morte encefálica de uma mulher de 59 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) Hemorrágico. 

Ambos os procedimentos foram realizados a partir de uma parceria entre profissionais do hospital bento-gonçalvense e equipes de médicos cirurgiões e enfermeiros do Hospital das Clínicas e da Santa Casa de Misericórdia, ambos de Porto Alegre. Após cada uma das captações, as equipes multiprofissionais retornaram para a capital do Estado para realizar os transplantes. 

Geremias Siqueira de Lima, tinha 33 anos e foi atingido por uma máquina na empresa onde trabalhava

 

As etapas da doação

O primeiro passo para viabilizar qualquer doação é a confirmação de morte encefálica do paciente. Ela é realizada por meio de dois exames clínicos e um exame de imagem, efetuado em intervalos de tempo diferentes. Após isso, é preciso buscar a aprovação da família para o procedimento. "A decisão pela doação é realizada em um momento de muita dor para os familiares. Ao mesmo tempo, o encerramento de uma vida pode significar um recomeço para várias outras. Enxergar ali uma oportunidade de aumentar ainda mais o legado de bondade e amor de um ente querido pode trazer um pouco de conforto nessas horas", descreve a enfermeira responsável pelo CIHDOTT do Hospital Tacchini, Ana Turmina.

A permissão dos familiares dá início a uma corrida contra o tempo para encontrar doadores compatíveis a partir da Central de Transplantes do Estado. A partir dessas definições é que inicia a mobilização dos profissionais de saúde que vão realizar a captação. 

Doações em 2022

Após 2020 e 2021 apresentarem números de órgãos captados abaixo da média histórica, sobretudo em função das restrições causadas pela pandemia de Covid-19, o último ano apresentou um cenário de retomada, oferecendo esperança aos pacientes que seguem na fila da Central de Transplantes do Estado.  Durante todo 2022, foram captados 63 órgãos. O número é 75% maior do que em 2021, que encerrou com 36 captações. O crescimento é ainda maior se comparado a 2020, quando foram realizadas apenas 12 captações. 

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