A secretária da Saúde, Arita Bergmann, reuniu-se na segunda-feira (6/2) com o titular da pasta de Habitação e Regularização Fundiária, Fabricio Guazzelli Peruchin, para tratar das ações realizadas na Terra Indígena Guarita, no norte do Estado. Entre 30 de janeiro e 1º de fevereiro, equipes da Secretaria da Saúde (SES) estiveram no território para conhecer a realidade dos indígenas da etnia Kaingang, com atenção especial às crianças e gestantes. A população local enfrenta carência de atendimento de saúde, saneamento básico, habitação, segurança alimentar e abastecimento de água.
“Precisamos integrar o trabalho das secretarias estaduais para realizarmos políticas públicas que impactarão a vida nas aldeias. São cerca de 8 mil pessoas vivendo na maior terra indígena do Rio Grande do Sul, entre os municípios de Redentora e Tenente Portela”, afirmou Arita. “É necessário resolver o problema, não podemos deixar como está.”
Além da Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária, a SES trabalha em conjunto com as secretarias de Assistência Social (SAS) e de Desenvolvimento Rural (SDR), os municípios de Redentora e Tenente Portela, as lideranças indígenas, os gestores de saúde e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), que integra o Ministério da Saúde, para articular ações que melhorem as condições de vida nas aldeias.
Habitação e Regularização Fundiária
Foi encaminhado um plano de ação para a abertura de poços artesianos para consumo humano, com estudo aprofundado sobre as necessidades de cada um dos setores da terra indígena. Alguns locais não têm rede elétrica para o funcionamento de poços, em outros, eles já secaram, e há ainda casos em que é preciso realizar a ligação da rede elétrica já existente. Outra ação acordada foi a regularização fundiária do território.
O governo do Estado, por meio da SES, liberou a compra de caixas d’água com recursos do Programa Estadual de Incentivos para Atenção Primária à Saúde (Piaps). Os equipamentos não estão ligados por encanamento e serão abastecidos por caminhão-pipa. Em 3 de fevereiro, a SES entregou 2 mil frascos de hipoclorito de sódio e 300 litros de água à aldeia. Os galões de água foram doados por uma empresa, e o insumo, adquirido com recursos do Estado.
O hipoclorito de sódio foi distribuído inicialmente nas áreas onde o acesso à água é mais precário. O insumo está sendo utilizado para purificar a água retirada dos rios para consumo humano. Os galões, após o consumo, irão também substituir as embalagens utilizadas até o momento, consideradas impróprias para guardar a água.
Crianças e gestantes
Nesta terça-feira (7/2), iniciam-se as consultas de gestantes indígenas para o acompanhamento de pré-natal no Hospital Santo Antônio, em Tenente Portela. A ação foi definida entre SES, hospital, Sesai e município de Redentora. A partir de um contrato emergencial entre a SES e o hospital, todas as gestantes passarão por uma avaliação, com a realização de exames, ultrassom e estratificação de risco. Os exames laboratoriais serão custeados pelo município – que, em conjunto com a Sesai, garantirá também o deslocamento das gestantes ao hospital.
Crianças menores de dois anos previamente avaliadas pela equipe de saúde do território também receberão atendimento emergencial no Hospital Santo Antônio. Essa é uma estratégia emergencial enquanto a Sesai e o município de Redentora se articulam para realizar o acompanhamento de pré-natal das gestantes e das crianças indígenas de forma regular.
Texto: Marília Bissigo/Ascom SES
Edição: Felipe Borges/Secom
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