O jogo da política mostra, mais uma vez, enquanto a população brasileira é feita de massa de manobra para interesse dos políticos. Enquanto o povo briga pelas preferências de ser Lula ou Bolsonaro, alguns são presos por acreditarem em ideologias políticas, deputados do PT e do PL, partidos do ex e do atual presidente estão mais unidos do que nunca. É o que mostra um levantamento feito pelo Portal Estadão, que mostra a aliança feita pelos dois partidos em 13 estados do país, praticamente metade dos estados brasileiros.
Em tese com posições antagônicas no discurso, políticos do PT e do PL se uniram em 13 Estados para dividir o comando das Assembleias Legislativas. Em todos os casos, petistas e bolsonaristas compuseram a mesma chapa para conquistar ao menos uma vaga nas mesas diretoras. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o acordo pluripartidário definiu que o PT irá comandar a Assembleia Legislativa no terceiro ano Legislativo. Também comandam a Assembleia o MDB, o PP e o Republicanos. O PL entrou na composição da mesa diretora. Neste primeiro ano, terá o terceiro secretários, com o deputado Paparico Bacchi.
Outro exemplo aconteceu no Rio de Janeiro, considerado um dos redutos com maior polarização entre as duas siglas partidárias. O deputado Rodrigo Bacellar (PL) foi eleito presidente da Casa com votos do PT, que recebeu a terceira-vice-presidência em troca, além da promessa de comandar comissões de destaque. A mesma dobradinha marcou a escolha em Minas Gerais e ainda pode se repetir em São Paulo.
Em São Paulo, único Estado a dar posse a seus novos deputados em março, a eleição para a Mesa Diretora deve marcar o fim de uma era dominada pelo PSDB. Com a eleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo do Estado, a expectativa é de que petistas ajudem André do Prado (PL) a se tornar presidente. Pelo acordo, os petistas, donos da segunda maior bancada, ficariam com a primeira-secretaria, responsável pelos contratos da Casa.
Após ser reeleito em primeiro turno e apoiar Bolsonaro no segundo, o governador mineiro, Romeu Zema (Novo), esperava reciprocidade do PL em sua tentativa de emplacar um aliado para o comando da Assembleia. Mas o que se viu na última quarta-feira foi uma aliança pública entre os 12 deputados do partido do ex-presidente com os dez parlamentares petistas para levar à presidência Tadeu Martins Leite (MDB), sem vínculos com o Palácio Tiradentes.
Assim como ocorreu na Câmara dos Deputados, onde Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito com votação recorde e apoio maciço da situação e oposição, parlamentares estaduais formaram blocos pragmáticos – e não ideológicos – no retorno do recesso. Participar da Mesa Diretora significa ter mais cargos e poder tanto na condução dos trabalhos como nas decisões administrativas, e em contratos de terceiros.