A disfunção de integração sensorial é termo utilizado pela literatura trata-se de uma dificuldade do cérebro para processar determinadas informações sensoriais provocadas por estímulos externos.
É comum que crianças com a disfunção de integração sensorial tenham dificuldades para realizar uma série de atividades, o que pode afetar o desenvolvimento delas. Apesar de ser comumente confundido com Autismo, o TPS é um transtorno distinto, ou seja, ele pode ou não, estar presente em pacientes dentro do Espectro Autista.
“Existem diversos padrões, mas o que mais se percebe é quando a criança tem dificuldade para tocar em determinadas texturas, têm medo exacerbado em relação a alguns movimentos ou se privam de fazer determinadas atividades”, explica Priscylla Campos, Terapeuta Ocupacional do Entrefases e especialista em Neurociência Aplicada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
COMO É O DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME SENSORIAL?
O diagnóstico da disfunção de integração sensorial é feito através da avaliação de profissionais especializados - neuropediatra ou um terapeuta ocupacional.
Durante o acompanhamento, o terapeuta irá buscar identificar os estímulos que impactam negativamente as crianças durante a realização de determinadas atividades
Crianças com disfunção de integração sensorial podem apresentar as seguintes características:
Sintomas de hipersensibilidade
maior sensibilidade às luzes, o que causa incômodo aos olhos
aumento da percepção dos sons - barulhos se tornam mais intensos
aumento da sensibilidade do olfato - alguns cheiros podem incomodar os pequenos
dificuldade de tocar em objetos de diferentes texturas - alimentos também
Sintomas de hiposensibilidade
A criança tem dificuldade para sentir cheiros ou gostos, o que faz com que elas levem objetos até a boca ou se exponham a sons muito altos.
"A forma que estas crianças observam e experimentam o mundo é um pouco diferente - sensorialmente falando. E isso é expressado nos comportamentos. Geralmente temos o comportamento de recusa ou de busca por determinados tipos de estímulos", esclareceu.
COMO É O TRATAMENTO DA SÍNDROME SENSORIAL
O tratamento de crianças com disfunção de integração sensorial não deve ser confundido como uma cura, visto que a condição não se trata de uma doença.
Por isso, o acompanhamento da criança com essa disfunção busca atenuar os efeitos causados por estímulos sensoriais identificados como negativos.
"Utilizamos um setting terapêutico para promover estímulos e situações onde o cérebro das crianças irá criar novos caminhos neurológicos para que elas possam aprender a lidar com essas situações de forma funcional”, comenta Priscylla.
O acompanhamento das crianças com a disfunção de integração sensorial também deve ser estendido para além do setting terapêutico. Muitas vezes será preciso uma série de acomodações sensoriais para tornar esses ambientes [casa, escola, casa de familiares próximos] em ambientes ricos para a participação da criança, tendo em vista que, muitas vezes, esse ambiente pode ofertar uma "ameaça sensorial.
Não é birra: disfunção que afeta os sentidos tem tratamento