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Pílula que vira balão gástrico promete substituir cirurgia bariátrica

Para fazer o procedimento, os médicos avaliam critérios como idade, índice de massa corporal (IMC), outras doenças associadas e tempo de doença.

Marcelo Dargelio
Por: Marcelo Dargelio Fonte: divulgação
15/12/2018 às 21h02
Pílula que vira balão gástrico promete substituir cirurgia bariátrica
Marcelo Dargelio

Um vídeo que está circulando na internet mostra uma pílula que promete os mesmos efeitos de um balão gástrico. A princípio seria mais uma das inúmeras fake news que circulam nas redes sociais. Mas na verdade o “medicamento” existe e foi lança em 2014 no Reino Unido. As pílulas são projetadas para serem infladas dentro do estômago, reduzindo o tamanho do órgão e consequentemente a ingestão de alimentos.

Chamada de Obalon, o dispositivo foi aprovado na Europa para adultos com sobrepeso e obesidade. Ele é projetado para ser usado por um período máximo de três meses. 

Como funciona

A pílula é composta por três balões leves que são colocados no estômago durante um período de 12 semanas. O número de balões usados ??pode ser adaptado ao progresso da perda de peso da pessoa, com um único balão colocado no estômago inicialmente e balões adicionais adicionados se necessário. Cada balão está contido em uma cápsula ou comprimido, ligado a um pequeno tubo que é usado para inflar o balão uma vez no estômago. 

O balão é projetado para ser usado por pessoas com um  índice de massa corporal (IMC) de 27 ou acima, que anteriormente não conseguiram perder peso através de dieta e exercício. Um IMC de 25 ou acima é considerado com excesso de peso (30 ou acima é considerado obeso ). O procedimento é o mesmo do que tomar uma pílula de vitamina, mas com a supervisão de um médico, já que é usado um pequeno tubo anexo por onde será inflada após chegar ao estomago.

Depois que o balão é inflado, o tubo é removido, deixando o balão no estômago. Segundo o fabricante, o procedimento leva cerca de 15 minutos e não é necessária sedação ou anestesia. Uma dieta especial é seguida por três dias depois, consistindo de líquidos claros apenas no primeiro dia e alimentos moles apenas no segundo dia, com a maioria das pessoas podendo comer alimentos sólidos no terceiro dia.

Um segundo balão pode ser introduzido 30 dias após o primeiro e um terceiro, 30 dias depois, dependendo do progresso de uma pessoa. Doze semanas após o primeiro balão ser ingerido, todos os balões são removidos usando um aparelho endoscópio . Sedação leve pode ser necessária para este procedimento, que leva cerca de 15 a 30 minutos.

O médico Marcos Belotto, gastrocirurgião do Hospital Sírio Libanês de São Paulo, tira suas dúvidas a respeito da "pílula bariátrica". Confira abaixo.

Essa pílula que se transforma em balão gástrico pode ser uma alternativa para a cirurgia bariátrica?

Sim, para casos específicos. Pacientes que apresentem contraindicações ou que não desejem a cirurgia bariátrica, mas se enquadrem nas indicações da pílula-balão podem, sim, serem beneficiados. Porém, é importante ressaltar que, apesar de ambos terem como finalidade o tratamento da obesidade, tanto a cirurgia quanto o balão possuem particularidades que devem ser avaliadas individualmente. De modo geral, esse balão se apresenta como uma alternativa, mas não substitui a cirurgia bariátrica em muitos casos.

Quais são os perigos desse tipo de medicação e quais podem ser os efeitos esperados?

Por tratar-se de um método novo, os dados sobre a sua segurança ainda são pouco conhecidos. Apesar disso, sabe-se que, por tratar-se de um corpo estranho no interior do estômago, o paciente pode apresentar desde náuseas e dor abdominal discreta, até o desenvolvimento de úlceras, sangramento gástrico e obstrução intestinal por migração do balão, quadros importantes e de risco à saúde do paciente, exigindo a retirada imediata dos balões. Quando o dispositivo é bem tolerado, porém, os estudos usados para sua aprovação e o fabricante relatam perda de peso variável, devendo ser associado a dieta e exercícios físicos, como ocorre na cirurgia bariátrica.

Existe alguma orientação pós-cirúrgica, para que o indivíduo não volte ao sobrepeso? Se sim, qual?

Sim, o paciente deve ser previamente esclarecido e preparado para adequações alimentares e de estilo de vida no pós-operatório, além de ser acompanhado por equipe multidisciplinar. É fundamental que ocorra adesão à dieta, realização de atividade física e outros cuidados, como tratamento de transtornos psiquiátricos, situações que frequentemente se associam com o retorno do sobrepeso.

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