A pandemia da Covid-19 impactou significativamente o rugby no Rio Grande do Sul e no Brasil. Com apenas dois clubes no estado com calendário cheio em 2022, o cenário estadual da modalidade, que antes da paralisação das atividades, em 2020, era promissor, tornou-se preocupante para a continuidade do desenvolvimento do esporte, uma vez que diversos clubes findaram as suas atividades.
Em 2019, o Campeonato Gaúcho era dividido em duas divisões. Na elite do rugby estadual, oito equipes disputaram a competição, a qual teve o Farrapos, de Bento Gonçalves, como campeão. Na segunda divisão, cinco clubes participaram da edição do campeonato. No rugby feminino, o Circuito Gaúcho de Rugby Sevens, modalidade olímpica do rugby, contou com seis equipes participantes.
Em 2022, a realidade tornou-se totalmente distinta. Clubes tradicionais desapareceram do mapa do rugby gaúcho. A competição estadual de rugby XV masculino do ano passado contou com apenas cinco equipes: Farrapos, que novamente se sagrou campeão, Charrua, de Porto Alegre, Centauros, de Estrela, URSM, de Santa Maria, e URTC, de Marau. Três confrontos do campeonato, sendo dois deles na última rodada, terminaram em W.O. No feminino, houve somente etapa única do estadual estadual de clubes.
Apesar de contar com apenas cinco equipes, o Campeonato Gaúcho, ao lado do Campeonato Carioca, foi o segundo estadual com maior número de clubes participantes, somente atrás do Paulista, que contou com 30 times competindo em suas divisões estaduais. Tal fato evidencia que o impacto da pandemia afetou não somente clubes do Rio Grande do Sul, como de todo o Brasil.
A reportagem do NB Notícias verificou a situação dos principais clubes do Rio Grande do Sul para a temporada 2023 com o objetivo de realizar um panorama de como será a realidade da modalidade no estado.
O “desaparecimento” de clubes no estado:
O rugby ainda é um esporte amador no Brasil. O atleta normalmente paga ao seu clube uma mensalidade para treinar e atuar em competições. A pandemia afetou diretamente diversas modalidades, sobretudo esportes coletivos. No caso do rugby, a paralisação por conta da Covid-19 teve um impacto ainda maior, uma vez que o esporte (rugby XV) exige um número significativo de atletas. A pandemia afastou os jogadores dos gramados, e grande parte deles não retornaram, principalmente por elencarem outras prioridades.
Esse é um dos principais motivos que fizeram com que clubes findassem suas atividades. É o caso do Brummers Rugby Clube, tradicional equipe de Novo Hamburgo, cujos atletas que almejaram seguir praticando a modalidade tiveram que se juntar a outros clubes, como Charrua e Centauros.
Conforme o atleta Diogo Farezin, o fato de os atletas não conseguirem se encontrar durante a pandemia dificultou o engajamento por parte dos jogadores para com o clube e a modalidade. “Acredito que a parada da pandemia afastou muita gente. Foi difícil manter o grupo engajado, uma vez que não tinha mais laço nenhum. Muitos jogadores acabaram elencando outras prioridades. Eu mesmo, com a minha filha pequena, acabei deixando um pouco de lado e fui jogar com o Charrua por não conseguir puxar a frente do Brummers”, comenta.
Em 2022, Diogo relata que o clube manteve apenas os trabalhos com o rugby tag escolar no município. Para 2023, no entanto, os atletas devem realizar esforços para reativar o Brummers.
“Espero que seja possível montar uma equipe para jogar. À princípio vamos tentar, junto às escolas da rede municipal, reativar a equipe juvenil. Lograr êxito depende muito da aceitação e abertura das escolas quanto ao rugby com tackle”, relata Diogo.
Outro tradicional clube que não conseguiu manter as atividades foi o Serra Gaúcha Rugby, de Caxias do Sul. A equipe estava disputando, até 2019, a elite do rugby brasileiro, ao lado do Farrapos e do Charrua. No entanto, em 2022, o clube desistiu da competição nacional e “fechou as portas”.
A falta de atletas e de pessoas para estarem à frente do clube motivou a paralisação temporária das atividades. “Pós-pandemia não tínhamos uma estrutura igual era antes, de quantidade de atletas e por conta da falta de pessoas de diretoria. Nossa direção enxugou, sobrecarregou e as pessoas desistiram. Ficou um pouco inviável dar sequência ao trabalho que era feito antes”, comenta Muray Lizot, diretor técnico do clube.
Assim como o Brummers, o Serra Gaúcha pretende retornar, mas direcionando os seus esforços na montagem de uma categoria de base visando o futuro. “Estamos em conversas e tratativas internas para retornarmos, mas focados na categoria de base. Os atletas adultos podem treinar regularmente, mas se quiserem competir podem procurar outros clubes no momento. Vamos focar os esforços numa categoria de base para reestruturar o clube no decorrer do tempo. Mas não temos previsão para isso”, relata Muray, que afirma que a intenção é reativar o clube ainda em 2023.
O San Diego Rugby, de Porto Alegre, clube com 15 anos de história, também não conseguiu manter as atividades em 2022 por conta dos impactos da pandemia. O clube optou por não participar de nenhuma competição devido à inatividade de grande parte do grupo de atletas e dos altos custos para participar de campeonatos.
Os jogadores que permaneceram em atividade foram liberados para acertar com outros clubes em 2022. “O San Diego decidiu colocar o pé no freio por algum tempo, liberar jogadores que quisessem se transferir para outros clubes no ano de 2022 e forçar um stand-by. O rugby gaúcho merece que entreguemos nosso melhor e infelizmente não foi o suficiente por hora”, comenta o atleta Bruno Carvalho, que pondera que não se trata de um adeus, e sim de um “até logo”.
Clubes que disputavam a segunda divisão também não conseguiram retomar às atividades. No Guaíba Rugby Clube, a dificuldade na captação de atletas já existia e foi atenuada com a pandemia.
“Sempre tivemos dificuldade em captar e manter os atletas no clube. Na pandemia teve uma debandada muito grande. No final de 2021 voltamos a treinar, mas poucos retornaram a treinar para jogar. Em 2022 treinamos, mas com pouca gente. Tentamos formar um time feminino, mas com pouca adesão. Sinceramente continuo tentando para não morrer o esporte aqui”, relata o atleta Sandro Verissimo da Silva.
O Planalto Rugby Clube fez tentativas para retomar os treinamentos durante 2022, porém sem sucesso. O clube cedeu alguns de seus jogadores para o URTC, de Marau, que disputou o campeonato estadual. Com a recente troca de diretoria, o clube já marcou o retorno das atividades nas categorias masculina e feminina para o dia 21 de janeiro.
No entanto, o clube não planeja disputar campeonatos em 2023. “A nova diretoria firmou o compromisso de dar início aos treinos, porém ficou definido que o clube não participará de campeonatos neste ano de retomada. Optamos primeiramente por reunir os atletas e reafirmarmos o hábito de treinar, pensando em uma estratégia de médio prazo para que ano que vem o time esteja preparado para voltar a competir”, revela o atleta e responsável pelo marketing do clube, Anderson de Campos Alves.
A reportagem não obteve retorno do Guasca Rugby Clube, mas a equipe, a qual também não competiu em 2022, definiu o retorno dos treinamentos no dia 21 de janeiro. No entanto, ainda não se sabe se o clube vai disputar competições na atual temporada.
Os times que “sobreviveram”:
Apenas dois clubes conseguiram ter um calendário cheio em 2022 com competições de nível nacional. Foi o caso do Farrapos, de Bento Gonçalves, e do Charrua, de Porto Alegre. O alviverde da Capital Brasileira do Vinho não só manteve as atividades como repetiu as boas atuações para finalizar mais uma edição do Campeonato Brasileiro de Rugby XV entre os quatro melhores times do país.
Nos últimos anos, o Farrapos Rugby Clube foi o único time fora de São Paulo que conseguiu fazer frente aos principais clubes paulistas no rugby masculino. Durante a pandemia, o alviverde desenvolveu treinamentos individuais no Estádio da Montanha e manteve os grupos engajados visando o retorno dentro das quatro linhas. A equipe de Bento Gonçalves foi a primeira a retomar as atividades no Rio Grande do Sul.
Além do time adulto, o Farrapos retomou, em 2022, as atividades do rugby kids e do rugby escolar, bem como consolidou a equipe feminina juvenil, com atletas defendendo a Seleção Gaúcha. No juvenil masculino, o clube contou com jogadores defendendo a equipe principal alviverde, a Seleção Gaúcha e a Seleção Brasileira de base.
Conforme o técnico Javier Cardozo, a falta de jogos na temporada foi um dos principais fatores que dificultou o clube para alcançar resultados melhores em 2022. O alviverde fez apenas 16 jogos, somando Campeonato Gaúcho, Campeonato Brasileiro e o Brasil Sevens.
“Terminamos sofrendo com a falta de competições. Sofremos demais com o impacto da transição dos jogos na região sul com os jogos contra os times paulistas, o que acaba sendo um fator determinante no resultado final, mas tivemos um percentual de vitórias muito mais alto do que derrotas, então temos que ficar bastante satisfeitos, mas sempre procurando melhorar”, ressalta o treinador.
Em 2023, por conta da repaginação das competições nacionais no calendário do rugby brasileiro, o Farrapos terá um ano repleto de atividades e com um maior número de confrontos, inclusive contra os times paulistas.
O Charrua Rugby Clube não só conseguiu manter as atividades como protagonizou feitos históricos pelo Campeonato Brasileiro de 2022, com a primeira vitória fora do Rio Grande do Sul. No rugby feminino, a equipe porto-alegrense novamente se tornou campeã regional. As equipes juvenis masculina e feminina também contaram com atletas defendendo as cores do estado nas Seleções Gaúchas. No rugby escolar, em Porto Alegre, o clube atendeu no ano passado mais de 650 crianças e adolescentes.
No entanto, para isso, o clube passou por um processo de reconstrução que durou cerca de seis meses, de acordo com o diretor do Charrua, Daniel Loureiro Mendez. Dentre as melhorias, o clube construiu novos vestiários na Sociedade Hípica Porto-Alegrense, onde manda os seus confrontos.
“Os primeiros seis meses do ano de 2022 foi somente para fazer o clube voltar a acontecer minimamente. Posteriormente, já no último quadrimestre começamos a conseguir 'rodar no automático', graças a paixão da comunidade do Charrua, que se organizou para assumir diferentes atividades e grupos de trabalho dentro do nosso clube”, salienta.
Para 2023, a meta principal do clube é dar um passo a mais para oferecer sustentabilidade ao clube. “Entendemos que até hoje nós conseguimos nos manter competitivos com um orçamento e estrutura muito abaixo dos principais clubes do Brasil e nós gostaríamos de tirar um pouco desta diferença, com uma gestão um pouco mais focada em garantir um orçamento mínimo para ser investido no rugby”, explica.
Para isso, o Charrua lançou uma campanha denominada como “Apoie o Charrua”, solicitando o apoio de pessoas e empresas. Além disso, o clube almeja aprovar o projeto junto à Lei de Incentivo ao Esporte visando a temporada 2024, o que tornaria o clube mais sustentável financeiramente, por consequência, ampliando as ambições do clube.
O Centauros foi uma das únicas equipes sem calendário de nível nacional que manteve as atividades e conseguiu atuar no Campeonato Gaúcho de 2022. Com o ingresso de atletas do Serra Gaúcha e do Brummers, o clube montou um time competitivo para disputar a competição estadual.
Dentre os fatores que contribuíram para o rápido retorno dos treinamentos no clube foi a manutenção do contato entre os atletas, como cita a presidente do clube, Jeniffer Hart:
“Sabia que teríamos um período relativamente curto e pontual para mantermos as atividades, e nos mantermos em contato também, pois o rugby é muito mais que os 80 minutos jogados, é todo o tempo que nos envolvemos uns com os outros para celebrar, conversar, registrar memórias. A galera estava sentindo falta disso, então o Centauros procurou motivar os atletas com base nisso, no que queríamos viver esse ano, treinar para jogar bem e nos divertirmos, pois o futuro incerto do rugby no estado pode trazer um período de maiores dificuldades”, comenta.
Conforme Jeniffer, um dos maiores desafios não está apenas relacionado ao próprio clube, e sim ao rugby gaúcho como um todo, e defendeu a união de esforços para retomar o desenvolvimento da modalidade no estado.
“Para mantermos o rugby ativo no estado e, então sendo desenvolvido, precisaremos de um esforço de todos para organizar os campeonatos, ter mãos que ajudem a fazer acontecer, e também pessoas dispostas a treinar e financiar os custos. É um pacote bem desafiador, mas é nessas horas que vamos colocar em prática o que aprendemos em anos de convivência no rugby: pensar no grupo, sermos solidários, nos integrarmos, e lutarmos por uma causa que nos move, que é estar em campo fazendo o que gostamos”, destaca a presidente do Centauros.
De acordo com a mandatária, o Centauros pretende novamente disputar as competições estaduais da FGR em 2023. Além disso, em parceria com o município de Estrela, o clube direcionou os seus esforços na escolinha de rugby, atendendo cerca de 30 crianças semanalmente em 2022, cujo projeto deve seguir ativo neste ano. O clube também deve apostar em projeto junto à Lei de Incentivo ao Esporte visando 2024.
O União Rugby Tauras e Carancho (URTC), de Marau, também disputou o Campeonato Gaúcho de 2022. A equipe finalizou a sua participação na penúltima colocação. Na última rodada, o clube sofreu uma derrota por W.O. diante do Farrapos, por falta de atletas. Além do estadual, o time competiu na Copa RS, que no ano passado foi realizada com o intuito de desenvolver o rugby na retomada, deixando de lado a parte competitiva, e o Seven Rivera, no Uruguai, torneio que reuniu clubes brasileiros, uruguaios e argentinos, no qual o URTC ficou com a 3ª colocação.
Conforme o atleta Tainã Girardi, o clube procurou participar de todas as competições para manter o elenco engajado. “Para manter o time unido e engajado procuramos sempre participar de torneios, amistosos e campeonatos. É o que motiva a gurizada a seguir treinando”, comenta o jogador, que conclui:
“Em 2023 queremos participar o máximo possível de competições da FGR. Claro que vai depender, quando voltarmos aos treinos, se teremos elenco ou não. Além disso, vamos tentar elaborar alguns projetos junto à prefeitura de Marau para colocar o rugby nas escolas”, complementa.
A reportagem não obteve retorno do Universitário Rugby Santa Maria (URSM), que também disputou o Campeonato Gaúcho no ano passado. A equipe terminou a competição na última colocação após sofrer duas derrotas por W.O.
O Antiqua, de Pelotas, não participou do Campeonato Gaúcho, no entanto manteve as atividades na categoria feminina e também no masculino, porém direcionando o foco para a modalidade olímpica do rugby, ou seja, o rugby sevens.
O clube foi um dos primeiros a retomar os treinamentos no estado, respeitando os protocolos sanitários vigentes por conta da pandemia. No entanto, com o estreito período de treinamento em 2022, o Antiqua optou por não participar do estadual. No Seven Rivera, no Uruguai, a equipe entrou em campo e se sagrou campeã da Taça Prata.
No feminino, a equipe se mostrou mais ativa em 2022, com a participação de atletas na Seleção Gaúcha. “A categoria feminina foi mais proeminente. Participou dos campeonatos brasileiros de XV e de Sevens compondo a seleção gaúcha em diversas etapas no Sul do país. Também disputou o Seven Rivera, sangrando-se bicampeãs da Taça Ouro”, relata o presidente do clube, Lenon Abeijon.
Dentre as conquistas do ano passado, o Antiqua deu início ao projeto Ninhos do Rugby. “É um projeto que conta com muitas parcerias, uma delas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que cede espaço para execução, com crianças entre 6 a 12 anos”, relata Lenon, que pondera que o projeto atende cerca de 60 a 70 crianças no município de Pelotas.
A intenção do Antiqua para 2023 é participar do Campeonato Gaúcho de Rugby XV e do Circuito Gaúcho de Rugby Sevens, tanto no masculino como no feminino. O clube também deve apostar os seus esforços principalmente para o desenvolvimento do juvenil feminino do clube, visando lapidar promessas para o rugby nacional. Além disso, o time almeja promover um novo evento na cidade: o Antiqua Beach Rugby, cuja atração deverá ocorrer na praia do Laranjal.
O Antiqua e o Vem Ser Rugby, projeto realizado pela UFPel, tornaram a cidade de Pelotas um polo do rugby feminino juvenil. Conforme o coordenador e treinador da equipe do Vem Ser Rugby, Eraldo Pinheiro, mais de 90% das atletas que fizeram parte da Seleção Gaúcha na conquista do vice-campeonato brasileiro de rugby XV juvenil estão situadas em Pelotas.
O Vem Ser Rugby, que trabalha exclusivamente com o rugby feminino, retomou as atividades presenciais no mês de maio. Conforme Eraldo, a quantidade escassa de jogos dificultou o trabalho das atletas, sobretudo impactando no ritmo de jogo das jogadoras na disputa de competições nacionais.
“Tivemos poucos jogos e isso nos prejudicou muito principalmente quando fomos para as competições nacionais, pois a gente fica totalmente sem ritmo de jogo. 2022 também foi um ano de cortes orçamentários. Tivemos dificuldades de deslocamento. Esse é um outro grande problema, tendo em vista que estamos no sul do estado e precisamos viajar muito para jogar”, destaca.
Eraldo defende que, pelo fato de a cidade de Pelotas ter se tornado um grande polo de desenvolvimento da modalidade, o município deveria receber maior atenção por parte da FGR. “No rugby feminino juvenil no estado temos praticamente 95% das meninas aqui na cidade de Pelotas. Somos um polo de desenvolvimento do rugby feminino, mas a FGR precisa de alguma forma compreender que aqui é um polo. Por vezes deslocar 30 a 35 atletas para outros locais é pior que trazer as outras atletas para Pelotas”, pondera o treinador.
O técnico também salienta que a entidade deve atentar-se a valorizar os clubes e principalmente os locais onde o rugby é desenvolvido no estado. Além disso, o comandante salienta que o atraso na divulgação do calendário, seja estadual como nacional, compromete o planejamento dos clubes e, sobretudo, na obtenção de recursos.
O planejamento da FGR para 2023:
Em 2022, a Federação Gaúcha de Rugby, dedicou seus esforços na coleta de dados sobre a situação da modalidade no estado após dois anos de pandemia, conforme a responsável pelo gerenciamento de competições, Ana Rippol. Ela destaca como êxitos principais na temporada passada o vice-campeonato brasileiro de rugby XV juvenil e a estreia de uma árbitra gaúcha a nível nacional e internacional.
Por outro lado, o rugby no estado também regrediu. “Deparamo-nos com a diminuição de 2/3 do número de clubes que participam de campeonatos pela FGR. Observamos que, pelo fato de o rugby ser um esporte amador, as pessoas que dedicavam seu tempo, voluntariamente, encontraram outros hobbies e atividades enquanto estávamos em isolamento”, avalia Ana.
Para mudar a realidade do rugby gaúcho e fomentar a modalidade no estado, a FGR prevê a ampliação de capacitações e atividades de integração durante 2023. “Visando mudar o cenário, o foco esse ano será a prospecção, retenção e desenvolvimento de atletas, treinadores, árbitros e gestores/dirigentes para o biênio de 2023/2024. A metodologia que será utilizada para atingirmos os objetivos inclui cursos de capacitação e atividades de integração entre as partes envolvidas com o jogo para crescimento coletivo”, destaca.
De acordo com a gestora, no mês de fevereiro, a FGR promoverá a Assembleia Geral Ordinária e a Assembleia Geral Eletiva para eleger os novos membros do Conselho Administrativo e Fiscal, bem como apresentar o planejamento estratégico da entidade para o biênio. A federação também deverá realizar as primeiras reuniões em janeiro visando definir o calendário do rugby gaúcho para 2023. “A ideia é que mantenhamos o mesmo formato de 2022, salvo poucas alterações em categorias específicas que serão discutidas com os clubes ainda em janeiro”, adianta.
O planejamento da CBRu para com as Federações:
O calendário da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) para 2023 prevê um maior número de jogos e competições para as equipes gaúchas que disputam campeonatos de nível nacional, ou seja, Farrapos e Charrua, além dos atletas juvenis que defendem as Seleções Gaúchas.
Para as federações, a política de atuação da CBRu está situada sobretudo no fomento de competições e projetos de desenvolvimento e fomentação do rugby, principalmente voltado para as categorias de base. Nós oferecemos recursos para participação nos campeonatos de seleções regionais de rugby XV femininas e juvenil e no torneio juvenil da Copa Cultura Inglesa, além dos clubes que participam dos campeonatos nacionais e contribuem com recursos para a participação nestes campeonatos”, destaca a CBRu.
A Confederação esteve envolvida, no ano de 2022, com projetos de desenvolvimento que impactaram diretamente atletas e gestores do rugby. “Também tivemos projetos ao longo de 2022. Como as visitas do SIFT (Sistema de Identificação e Formação de Talentos) pelo país, o projeto NINA, voltado ao rugby feminino de base e o projeto Moderniza Rugby, que mobiliza os clubes do Rio Grande do Sul para participar de um processo de formação de gestores”, relata a entidade.
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