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Ministra do Turismo é a primeira dor de cabeça do governo Lula

Além da ligação com milicianos no Rio de Janeiro, Daniela Carneiro contratou por R$ 364 mil a empresa de uma ex-beneficiária do Auxílio Emergencial para atender seu gabinete na Câmara e sua campanha à deputada federal.

08/01/2023 às 13h37
Por: Marcelo Dargelio
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Ministra Daniela sofre o segundo apontamento em menos de uma semana após assumir o Ministério do Turismo - Foto: Wilton Junior / Estadão/Divulgação
Ministra Daniela sofre o segundo apontamento em menos de uma semana após assumir o Ministério do Turismo - Foto: Wilton Junior / Estadão/Divulgação

Com apenas oito dias de governo, o presidente Luis Inácio Lula da Silva já tem a primeira dor de cabeça entre os ministros do primeiro escalão de seu governo. E o problema vem do Ministério do Turismo, onde Daniela Carneiro (União Brasil), conhecida como Daniela do Waguinho, seu marido e prefeito de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, é a titular da pasta. Após a comprovação de ligação com milicianos, uma nova acusação surge contr a ministra, que repassou R$ 364 mil a uma ex-beneficiária do Auxílio Emergencial. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

Ela é  Ana Paula da Silva Soares Figueiredo, proprietária da CABC Soares Coutinho Transportes LTDA. A empresa tem sede em Belford Roxo, base eleitoral da ministra e de seu marido, o prefeito Wagner Carneiro (União Brasil), o Waguinho. Daniela Carneiro contratou a empresa para atender seu gabinete na Câmara e sua campanha à deputada federal. Ao longo do período da pandemia da Covid-19, a empresa recebeu um total de R$ 364 mil pela locação de automóveis de passeio, vans, minitrios e até um caminhão.

O capital social da empresa que prestou serviço para a campanha e o gabinete de Daniela do Waguinho é de R$ 110 mil. A beneficiária do Auxílio Emergencial, Ana Paula da Silva Soares Figueiredo, entrou como sócia em 1º de julho de 2021, dois meses após receber a última parcela do benefício no valor de R$ 250. 

A CABC fechou contrato com a campanha de Daniela do Waguinho em 1º de setembro do ano passado. Pelo acordo, a empresa recebeu R$ 293 mil, pagos com verba do fundo eleitoral. A campanha de Daniela à Câmara custou R$ 3,1 milhões. O contrato, disponibilizado em sua prestação de contas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), registrou o aluguel de 21 automóveis “para transporte de pessoal, material de campanha, bem como veículos equipados com aparelhagem de sonorização (carros de som, minitrios e trios elétricos, com motoristas”. O acordo valeu até o dia 1º de outubro, véspera do primeiro turno.

A empresa de locação de veículos, fundada em 2017, começou a trabalhar para o gabinete de Daniela em março de 2021. A CABC Soares, cujo nome fantasia é Cout Transporte, foi contratada em nove oportunidades até fevereiro do ano passado. Ao se tonar sócia da empresa, Ana Paula da Silva Soares Figueiredo já havia recebido R$ 4,45 mil do Auxílio Emergencial, em 10 parcelas.

Na semana passada, foram reveladas fotos de Daniela do Waguinho ao lado do miliciano Juracy Alves Prudêncio, o Jura, e da mulher dele, a ex-vereadora Giane Prudêncio. A ministra apagou as imagens e disse que tratava-se de difamação por parte de adversários políticos. 

Waguinho é presidente estadual do União Brasil no Rio de Janeiro. O apoio do prefeito foi disputado por Lula e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno das eleições, em outubro. O petista levou a melhor e conseguiu que o marido de Daniela fosse às ruas pedir votos para ele.

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