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Ciclista barbosense explora o Deserto do Atacama de bicicleta

Rafael Dalcin, da equipe da Agaci, percorreu 733 km com sua bike durante seis dias, realizando o sonho de conhecer o lugar.

03/01/2023 às 17h21 Atualizada em 04/01/2023 às 18h49
Por: Kevin Sganzerla Fonte: NB Notícias
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Foto: Rafael Dalcin/Divulgação
Foto: Rafael Dalcin/Divulgação

A bicicleta e a natureza: foi assim que o ciclista barbosense Rafael Dalcin, da Associação Garibaldense de Ciclismo (Agaci), percorreu um trajeto de 733 km pelo Deserto do Atacama nos últimos dias de 2022. O sonho de longa data se tornou realidade. Com um trajeto que passou pelo Chile e pela Argentina, o ciclista chegou a atingir durante o pedal 4.828 metros acima do nível do mar. No final, ultrapassando os seus próprios limites, o atleta alcançou o seu objetivo. 

O ciclista planejava a viagem desde 2020, no então precisou adiar por conta da pandemia. Em 2022, Rafael conseguiu realizar o seu sonho. Completamente sozinho e sem apoio externo, o atleta encarou o desafio levando consigo em mochilas as suas roupas, água, alimentos, equipamentos e demais materiais necessários para eventualidades. 

Conforme Rafael, o pedal iniciou na cidade de Calama, no norte do Chile, no dia 23 de dezembro, seguindo até San Pedro do Atacama. Posteriormente, cruzou a fronteira com a Argentina pelo Paso de Jama. Em solo argentino, o ciclista passou por cidades como Susques, Purmamarca, Tilcara, San Salvador de Jujuy até chegar na cidade de Salta, no norte da Argentina, no dia 28 de dezembro. 

Foto: Rafael Dalcin/Divulgação 

“O Deserto do Atacama é um lugar completamente isolado. Exceto algumas pequenas comunidades onde passei as noites, na maior parte do caminho não existe nada além da estrada. Era apenas eu, a bicicleta e a natureza. Precisava ser completamente autossuficiente, pois não poderia contar com apoio”, relata. 

Dentre as dificuldades que Rafael encarou durante o percurso foi a altitude e, em consequência, o ar rarefeito, tornando a respiração mais pesada, e o clima do Deserto do Atacama. “Não sabia como seria a reação do corpo com o esforço no ar rarefeito, pedalando montanha acima uma bicicleta carregada, com muita bagagem. No primeiro dia que ultrapassei os 4 mil metros senti a respiração um pouco mais pesada. Precisei encontrar um ritmo de pedalada mais confortável para manter a frequência cardíaca estável. Porém, nos demais dias, o corpo se acostuma e a altitude deixa de ser um problema”, explica Rafael, que complementa:

“O clima do deserto é outro ponto completamente diferente do que estamos acostumados. O ar é seco, o sol é forte e o vento é gelado. Era possível sentir frio e calor ao mesmo tempo. Só estando lá para entender. Peguei temperaturas acima dos 36 graus, à tarde, em São Pedro do Atacama, e quatro graus negativos, à noite, no Paso de Jama. Dois dias após a minha passagem, nas proximidades do vulcão Licancabur, até houve registro de neve. No entanto, o clima foi favorável durante todo o passeio. Até mesmo a previsão de chuva na chegada em Salta não se confirmou”, destaca. 

Foto: Rafael Dalcin/Divulgação 

Para evitar riscos, Rafael relata que elaborou o trajeto com todo cuidado necessário, avaliando cada metro do percurso. De acordo com o ciclista, a pedalada de 733 km não teve imprevistos. 

Para encarar a quilometragem, no entanto, Rafael não só apostou na sua experiência no ciclismo como também treino bastante para se acostumar a percorrer longas distâncias. “Essa não foi a minha primeira viagem com uma bicicleta e todo conhecimento adquirido ao longo dos anos de ciclismo foi muito importante. Seria interessante fazer alguns pedais preparatórios em roteiros mais tranquilos e com mais estrutura antes de encarar uma viagem no deserto. Sozinho e sem apoio é preciso estar preparado para qualquer eventualidade. Esse é um tipo de desafio que exige o máximo de preparação física e mental”, detalha. 

Rafael já projeta os próximos desafios com a sua bicicleta, tanto na América do Sul como na Europa. Conforme o atleta, nos próximos meses ele já deve definir o próximo destino, planejando a viagem com antecedência. Se depender da vontade de ultrapassar os seus próprios limites e conhecer novos lugares, o barbosense ainda terá muitas experiências para vivenciar em sua trajetória na modalidade. 

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