Política Último ato
Bolsonaro viaja para a Flórida e deve ficar um mês nos Estados Unidos
Com a viagem, Bolsonaro não passará a faixa presidencial ao seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ignorando o tradicional rito democrática que simboliza a troca de poder no país.
30/12/2022 19h31
Por: Marcelo Dargelio

O último ato de Jair Bolsonaro como presidente do Brasil foi uma viagem. Faltando dois dias para o término de seu mandato, o presidente viajou para Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos. Com isso, Com isso, ele não passará a faixa presidencial ao seu sucessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ignorando o tradicional rito democrática que simboliza a troca de poder no país.

Oficialmente, a Presidência da República não se pronunciou sobre a viagem. Servidores militares do Gabinete de Segurança Institucional foram deslocados a Miami, cidade vizinha na Flórida, assim como a equipe de assessores que acompanhará Bolsonaro como ex-presidente. A previsão é que o presidente passe ao menos janeiro hospedado em um condomínio-resort fechado.

Primeiro presidente no cargo a disputar e perder a reeleição, Bolsonaro também será o primeiro a não passar a faixa a um sucessor eleito pelas urnas desde a redemocratização. 

Pronunciamento final

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Antes da decolagem, Bolsonaro fez, sozinho, um pronunciamento informal nas redes sociais. Foi a última “live” do mandato que se encerra. Apesar de ter sido aconselhado a não falar, pelo risco jurídico de incentivar os manifestantes golpistas que o apoiam, ou desapontá-los, o presidente preferiu ouvir conselhos políticos que sugeriam um aceno a sua base. Na ocasião, ele chorou, reconheceu o clima de velório e afirmou que foi muito difícil ficar praticamente dois meses calado, após a derrota para Lula.

Bolsonaro condenou a tentativa de explodir uma bomba no Aeroporto de Brasília, segundo a polícia promovida por bolsonaristas que frequentavam o acampamento pró-golpe de Estado, armado em frente ao Quartel-General do Exército. O presidente disse que “nada justifica” um “ato terrorista”. “Massificam o cara como bolsonarista o tempo todo”, reclamou o presidente. No entanto, o próprio autor do atentado, depois de preso, declarou em depoimento ser seguidor de Bolsonaro.