Brasil Investigação
Preso por atentado em Brasília não teria recursos para adquirir armas apreendidas
Indivíduo de 54 anos seria gerente de um posto de combustíveis e receberia salário entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Custos do armamento apreendido supera os R$ 170 mil.
27/12/2022 18h29 Atualizada há 2 anos
Por: Marcelo Dargelio
George Sousa tem 54 anos e está preso em Brasília, sob custódia da polícia - Foto: Divulgação

A Polícia Civil do Distrito Federal ampliou o leque de investigados no atentado a bomba planejado para ocorrer em Brasília na semana passada. Além de George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, único preso até o momento, mais cinco pessoas acusadas de participação no planejamento do ato devem ser investigadas. A necessidade de investigação aumentou devido à renda do homem preso não ser compatível para a aquisição do armamento apreendido no apartamento em que ele estava morando na Capital Federal.

De acordo com a Polícia Civil, em audiência de custódia realizada no domingo, 25 de dezembro, o George Sousa disse que tem renda mensal entre R$ 4 e R$ 5 mil. Ele revelou que é gerente da rede de postos Cavalo de Aço, no interior do Pará. O empreendimento, situado na cidade de Xinguara, tem como sócias duas mulheres e capital social de R$ 200 mil.

O salário, no entanto, não condiz com os custos na compra dos armamentos, munições e artefatos. Para a polícia, Sousa contou que gastou cerca de R$ 170 mil com os equipamentos. O gerente de posto conseguiu o registro de caçador, atirador e colecionador (CAC) em outubro, em pleno período eleitoral. Segundo ele, foi a partir daí que começou a comprar as armas. À frente das investigações, o diretor geral da PCDF, Robson Cândido, informou que George armou o atentado para “ chamar atenção para o movimento a favor do atual presidente Jair Bolsonaro, que eles estão empenhados no QG". 

Pelo menos seis pessoas estão sendo investigadas

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Pelo menos seis pessoas tiveram participação na tentativa de praticar um ato terrorista na capital federal para tentar provocar “caos” e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A tentativa de atentado provocou reação de integrantes do governo petista. O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o acampamento na frente do quartel é incubadora de terroristas.

Quem são os suspeitos investigados pela polícia.

Mulher do acampamento no QG do Exército - O nome da suspeita não foi divulgado, mas ela foi quem teria dado a ideia para explodir uma subestação de energia com os explosivos conseguidos por George Sousa;

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Dono de uma Ford Ranger branca - manifestante acampado no QG do Exército que levou George para vistoriar o local onde seria instalada a bomba do atentado;

Homem do acampamento no QG do Exército - foi o fornecedor dos dispositivos de acionamento dos explosivos trazidos por George Sousa;

Alan Diego Rodrigues, 32 anos - acampado no QG do Exército e reponsável por levar a bomba até as proximidades do aeroporto de Brasília. Ele fugiu da Capital Federal após a prisão de George Sousa;

Fornecedor dos explosivos - homem que trouxe a substância explosiva do Pará para Brasília e fez a entrega para George Sousa.