As paredes da casa de Nei Fernandes, morador do bairro São Roque, em Bento Gonçalves, ganharam o colorido das medalhas e dos troféus, frutos conquistados ao longo de 20 anos de trajetória e muita quilometragem já percorrida pelo Brasil. Aos 66 anos, ele esbanja força e vitalidade para falar sobre suas pretensões futuras em corridas e provas. O próximo objetivo é conquistar mais uma medalha da Corrida Internacional de São Silvestre, cuja prova Nei vai participar pela 14ª vez.
Em cada canto da sua casa um troféu ou uma medalha aparece. Falta lugar para deixar expostas todas as conquistas que obteve em provas disputadas ao longo de sua trajetória. O incentivo em praticar a modalidade veio de família, através de seu irmão, que o convidou a participar de uma corrida de rua em Bento Gonçalves, onde reside há mais de 30 anos. Desde então, Nei perdeu as contas de tantas provas que já disputou em sua carreira.
“Desde o começo víamos aquele pessoal correndo. Dizíamos na época ‘olha aqueles loucos correndo”, e hoje eu sou um desses loucos. Agora fazem 20 anos que faço corridas e eu só me arrependo de não ter começado antes”, comenta Nei com um largo sorriso no rosto.
Nei relata que antes mesmo de praticar corridas sempre acompanhava a Corrida Internacional de São Silvestre pela televisão. Quando iniciou sua trajetória na modalidade, ele traçou como meta disputar a prova. “Já que comecei a correr, meu sonho vai ser correr a São Silvestre, e esse ano vou completar 14 participações”, pondera orgulhoso.
A sua primeira prova de São Silvestre foi em 1984, ano em que a completou em seu menor tempo, em 1h8min. Apesar de participar pela 14ª vez, Nei salienta que cada edição é uma experiência nova. “Para quem corre parece sempre a primeira, porque é muita emoção. Quando toca a música do Ayrton Senna na largada, aquilo parece que te motiva. Pode ir 300 vezes, mas a emoção é sempre como se fosse a primeira”, destaca.
Por conta do seu vigor e de sua vitalidade, Nei se tornou conhecido no meio esportivo. Além do orgulho de mostrar as suas conquistas, estampadas pelas paredes de sua residência, Nei comemora, sobretudo, as amizades e a saúde que sua trajetória praticando a modalidade lhe proporcionou.
“Na corrida a gente arruma uma amizade tão grande que você nem imagina. E a corrida também nos proporciona muita saúde. Hoje estou com 66 anos. A gurizada nova se admira pela minha força. Onde eu vou o pessoal já me conhece. Sempre vai ter um que vai bater nas tuas costas e te reconhecer, e isso para nós é muito gratificante”, relata Nei.
Além da São Silvestre, Nei já correu em provas conhecidas como a Volta Internacional da Pampulha, em Belo Horizonte-MG, e a MountainDo, em Florianópolis-SC. Em 2023, Nei tem o sonho de participar pela primeira vez de uma prova fora do Brasil. Com companheiros de corrida, o morador de Bento almeja disputar a Maratona de New York.
Na São Silvestre, cuja prova tem um percurso de 15 km, Nei traçou como meta completá-la em menos de 1h20min. Para isso, a preparação se limita em participações de corridas e provas pelo Estado, uma vez que trabalha durante a semana, o que impossibilita a realização de treinos diários. Apesar disso, a sua força de vontade e a vitalidade que demonstra deixam claro que é questão de tempo para mais uma medalha se juntar ao mural especial e exclusivo da Corrida Internacional de São Silvestre em sua casa. E a maré é favorável: "nas últimas dez provas que participei fiquei em primeiro na categoria, então vou com confiança para completar mais uma São Silvestre", reforça o atleta.