A prisão de um empresário do Pará ligou o sinal de alerta para o que pode acontecer até o dia 1º de janeiro de 2023, dia da posse de Luís Inácio Lula da Silva como presidente. Um homem de 54 anos, simpatizante do presidente Jair Bolsonaro e integrante do movimento que ocupa a frente do quartel do Exército em Brasília, foi identificado como sendo o responsável por colocar uma bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília neste sábado, 24 de dezembro, véspera de Natal. Na delegacia, ele confirmou a motivação política do crime.
O homem acusado do possível atentado foi identificado como sendo George Washington De Oliveira Sousa, de 54 anos. Ele é dono de uma empresa de vestuário em Santarém, no Pará e veio do Pará para participar dos atos em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. O empresário está na Capital Federal desde o dia 31 de outubro, após a derrota de Bolsonaro para Lula no pleito eleitoral.
No começo da noite deste sábado, 24, George Sousa foi preso no apartamento que alugou em Brasília. Junto dele, segundo a Polícia Civil, foram apreendidos um fuzil, duas espingardas, revólveres, mais de mil munições e vários artefatos explosivos. "Ele estava em uma caminhonete, carro próprio, e trouxe os armamentos por lá. Mas as emulsões explosivas foram encaminhadas para ele posteriormente. Será investigado quem enviou, mas de antemão já sabemos que elas são oriundas de pedreiras e garimpos do Pará, mas iremos investigar essa conexão", falou o diretor geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido.
De forma espontânea, o criminoso confessou que queria chamar atenção para as questões políticas que tem defendido. "Ele confessou que tinha intenção de cometer um crime no Aeroporto, com objetivo de chamar atenção para o movimento a favor do atual presidente Jair Bolsonaro, que eles estão empenhando no QG", revelou o delegado.
A Polícia Civil agora investiga se Sousa agiu realmente sozinho ou teve o auxílio de mais pessoas. "Não temos noção de quantas pessoas colaboraram com ele, mas as investigações vão se aprofundar. Nós respeitamos as manifestações, mas quando elas fogem de princípios constitucionais e ferem a liberdade do próximo, a Polícia Civil vai agir, e agir com rigor. Se esse material adentrasse o Aeroporto de Brasília, próximo a um avião com 200 pessoas, seria uma tragédia jamais vista. Seria motivo de vários noticiários internacionais, mas nós conseguimos interceptar", relatou o delegado.
Segundo a Polícia Civil, o criminoso tinha tantas armas porque tem registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC). Questionado, o delegado Robson Cândido explicou que ele tem a licença, porém tudo que foi apreendido,está fora das normas permitidas pela legislação.