Política Ânimos acirrados
Após ser preso, empresário diz que queria chamar atenção ao colocar bomba próximo ao aeroporto de Brasília
Homem de 54 anos veio do Pará para participar dos atos em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Ele admitiu motivação política para o crime.
25/12/2022 20h47
Por: Marcelo Dargelio
Geoge Sousa tem uma empresa de uma empresa de vestuário no Pará e está em Brasília desde 31 de outubro - Foto: Polícia Civil/Divulgação

A prisão de um empresário do Pará ligou o sinal de alerta para o que pode acontecer até o dia 1º de janeiro de 2023, dia da posse de Luís Inácio Lula da Silva como presidente. Um homem de 54 anos, simpatizante do presidente Jair Bolsonaro e integrante do movimento que ocupa a frente do quartel do Exército em Brasília, foi identificado como sendo o responsável por colocar uma bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília neste sábado, 24 de dezembro, véspera de Natal. Na delegacia, ele confirmou a motivação política do crime.

O homem acusado do possível atentado foi identificado como sendo George Washington De Oliveira Sousa, de 54 anos. Ele é dono de uma empresa de vestuário em Santarém, no Pará e veio do Pará para participar dos atos em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. O empresário está na Capital Federal desde o dia 31 de outubro, após a derrota de Bolsonaro para Lula no pleito eleitoral.

No começo da noite deste sábado, 24, George Sousa foi preso no apartamento que alugou em Brasília. Junto dele, segundo a Polícia Civil, foram apreendidos um fuzil, duas espingardas, revólveres, mais de mil munições e vários artefatos explosivos. "Ele estava em uma caminhonete, carro próprio, e trouxe os armamentos por lá. Mas as emulsões explosivas foram encaminhadas para ele posteriormente. Será investigado quem enviou, mas de antemão já sabemos que elas são oriundas de pedreiras e garimpos do Pará, mas iremos investigar essa conexão", falou o diretor geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido.

De forma espontânea, o criminoso confessou que queria chamar atenção para as questões políticas que tem defendido. "Ele confessou que tinha intenção de cometer um crime no Aeroporto, com objetivo de chamar atenção para o movimento a favor do atual presidente Jair Bolsonaro, que eles estão empenhando no QG", revelou o delegado.

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A Polícia Civil agora investiga se Sousa agiu realmente sozinho ou teve o auxílio de mais pessoas. "Não temos noção de quantas pessoas colaboraram com ele, mas as investigações vão se aprofundar. Nós respeitamos as manifestações, mas quando elas fogem de princípios constitucionais e ferem a liberdade do próximo, a Polícia Civil vai agir, e agir com rigor. Se esse material adentrasse o Aeroporto de Brasília, próximo a um avião com 200 pessoas, seria uma tragédia jamais vista. Seria motivo de vários noticiários internacionais, mas nós conseguimos interceptar", relatou o delegado.

Segundo a Polícia Civil, o criminoso tinha tantas armas porque tem registro de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC). Questionado, o delegado Robson Cândido explicou que ele tem a licença, porém tudo que foi apreendido,está fora das normas permitidas pela legislação.