O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira, 22, mais uma leva de ministros para compor sua equipe. A maior surpresa ficou por conta da confirmação do futuro vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que acumulará agora suas funções com a de ministro da Indústria e Comércio. Alckmin aceitou a missão após os empresários Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), e Pedro Wongtschowski, do grupo Ultra, recusarem o convite para assumir a pasta.
A dez dias para a posse, porém, Lula ainda não concluiu a montagem do primeiro escalão, que terá 37 ministérios, por causa de embates políticos, cotoveladas entre partidos do Centrão e disputas por cargos nas fileiras do PT. Nesta quinta, confirmou 16 nomes. Eles se juntam a outros cinco membros do primeiro escalão que já eram conhecidos. Lula prometeu apresentar até terça-feira os nomes restantes.
Lula não cedeu à pressão do PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), porém, para emplacar um nome na Saúde, ministério que sempre foi “feudo” do partido. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, será ministra da Saúde. Nísia comandou medidas de enfrentamento à pandemia de covid-19.
Confira os nomes dos novos ministros do governo Lula 3
Ministério da Educação — Camilo Santana
Governou o Ceará por dois mandatos e também foi senador pelo Estado. Formado em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Ministério da Saúde — Nísia Trindade
Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Socióloga, gestora pública e professora de História das Ciências e da Saúde na Casa de Oswaldo Cruz, na Fiocruz, e de Sociologia, no Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
Controladoria-Geral da União — Vinícius Marques de Carvalho
Doutor em Direito. Professor no Departamento de Direito Comercial da Universidade de São Paulo (USP). Presidiu o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
Advocacia-Geral da União — Jorge Messias
Procurador da Fazenda Nacional. Atuou nas áreas jurídicas de diversos ministérios. No governo de Dilma Rousseff, foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência, quando se tornou conhecido pela pronúncia errada de seu nome em um episódio envolvendo Lula
Secretaria-Geral da Presidência — Márcio Macêdo
Biólogo formado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Foi deputado federal
Secretaria das Relações Institucionais — Alexandre Padilha
Médico e professor, é doutor em Saúde Pública. Eleito deputado federal. Foi ministro dos governos Lula e Dilma
Ministério dos Portos e Aeroportos — Márcio França
Foi governador de São Paulo, prefeito de São Vicente (SP) e deputado federal. É presidente da Fundação João Mangabeira. É ligado ao vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e foi uma das pontes para aliança entre o ex-tucano e Lula
Ministério da Gestão — Esther Dweck
Economista e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuou no Ministério do Planejamento
Ministério da Cultura — Margareth Menezes
Cantora e compositora. Criou a ONG Associação Fábrica Cultural. Em 13 de dezembro, ela confirmou que havia sido convidada para integrar o novo governo, que havia aceitado e que o presidente disse a ela que "quer fazer Ministério da Cultura forte". No mesmo dia, Lula anunciou a escolha pelas redes sociais. Defendida pela futura primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, a escolha é uma reedição da estratégia adotada no primeiro governo Lula, quando o petista nomeou o cantor Gilberto Gil para a pasta. A ideia é aproximar o Ministério da classe artística
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio — Geraldo Alckmin
Vice-presidente eleito do Brasil, governador de São Paulo por quatro mandatos, foi deputado federal e prefeito de Pindamonhangaba (SP). Coordenou a equipe de transição após a vitória da chapa no segundo turno das eleições. Estudioso de assuntos como reforma tributária, tem bom trânsito no setor produtivo e, na avaliação de Lula, pode atuar como um facilitador do diálogo do governo com o mundo industrial
Ministério da Mulher — Cida Gonçalves
Foi secretária nacional do Enfrentamento à Violência contra Mulher e ajudou a fundar a Central dos Movimentos Populares no Brasil
Ministério da Ciência e Tecnologia — Luciana Santos
Vice-governadora de Pernambuco, presidente do PCdoB. Foi deputada federal. Engenheira Elétrica formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Ministério do Desenvolvimento Social — Wellington Dias
Quatro vezes governador do Piauí. Eleito senador duas vezes pelo Estado. Também foi deputado federal e estadual
Ministério dos Direitos Humanos — Silvio Almeida
Advogado, pós-doutor pela Faculdade de Direito da USP, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e do Mackenzie, além de professor visitante da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Presidente do Instituto Luiz Gama
Ministério da Igualdade Racial — Anielle Franco
Irmã de Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro em 2018, junto de Anderson Gomes, seu motorista. É diretora do Instituto Marielle Franco. Graduada em Inglês e Literaturas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e em Jornalismo pela Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos EUA
Ministério do Trabalho — Luiz Marinho
Foi prefeito de São Bernardo do Campo (SP), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ministro do Trabalho e depois ministro da Previdência Social nos dois primeiros mandatos de Lula, entre 2005 e 2008. O deputado federal eleito (PT-SP) aceitou o convite após articulação de centrais sindicais ligadas ao partido
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