Variedades Luto na TV
Teledramaturgia perde o ator Pedro Paulo Rangel
Artista de 74 anos morreu na madrugada desta quarta-feira, 21, na Clínica de Saúde São José, no Rio de Janeiro, devido a um enfisema pulmonar.
21/12/2022 09h31
Por: Marcelo Dargelio
Desde 2022 ator enfrentava uma doença pulmonar crônica devido ao uso do cigarro - Foto: Guga Melgar/Divulgação

A televisão brasileira perdeu mais um de seus talentos . O ator Pedro Paulo Rangel morreu na madrugada desta quarta-feira, 21 de dezembro, às 5h40, aos 74 anos, no Rio de Janeiro. Ele estava internado desde o dia 30 de outubro, na Clínica de Saúde São José, por complicações de um enfisema pulmonar. A informação foi confirmada pela hospital. Em maio, ele revelou que desde 2002 enfrentava uma doença pulmonar crônica, causada, segundo ele, por cigarro.

Dono de vasta carreira na TV e no teatro, ficou marcado por papéis como o otimista Poliana, amigo de Regina Duarte em Vale Tudo (1988), Calixto, conselheiro de Petruchio (Eduardo Moscovis) em O Cravo e a Rosa (2000) e Gigi, irmão da vilã Bia Falcão (Fernanda Montenegro) em Belíssima (2005), além das esquetes em que participou em clássicos do humor como TV Pirata (1989) e Viva o Gordo (1981).

Nos palcos, fez parte de uma histórica montagem de Roda Viva dirigida por Zé Celso Martinez, em 1968, e recebeu inúmeras indicações e venceu prêmios importantes como o Molière, Shell, Sharp e o Troféu Mambembe, por obras como A Aurora da Minha Vida (1982), Machado em Cena, um Sarau Carioca (1989), Sermão da Quarta-Feira de Cinzas (1994) e SoPPa de Letra (2004).

Em 2006, sua carreira foi tema do livro Pedro Paulo Rangel: O Samba e o Fado, escrito por Tania Carvalho e lançado na Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial. A obra contava com longos depoimentos em primeira pessoa em que o ator discorria sobre seus trabalhos. Destacava sua predileção pelos palcos, algo que o acompanhou a vida inteira: “Só no teatro você pode mostrar o que é realmente capaz de fazer, não tem truque, close no rosto, fazer mais uma vez. Não se repete até acertar”.

Continua após a publicidade

“Drama ou comédia? Em que gênero me sinto mais confortável? Não sei”. “Tenho uma dificuldade grande de chorar. Em cena e mesmo na vida”, dizia sobre o drama. Já sobre a comédia: “Meu Deus, como é difícil! Comédia é tempo, ritmo, matemática. Se você perde um milionésimo de segundo, a piada não funciona. Aquele riso certo, a piada exata, um dia para de funcionar e é dureza reconquistar o momento”.