A Polícia Federal está fechando o cerco aos investigados na Operação Septicemia, que investiga irregularidades na área da Saúde em diversas prefeituras gaúchas. Entre elas está a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann. Ela é suspeita de ter participado de esquema de montagem de licitação em parceria com a OS quando ocupava o cargo de secretária da Saúde de São Lourenço do Sul, em 2017. As informações são de GZH.
Recentemente, agentes da Polícia Federal fizeram buscas na casa e no gabinete de Arita Bergmann, que também teve o telefone celular apreendido. Arita assumiu o comando da Saúde estadual em 2019 e é cotada para permanecer no cargo no segundo governo de Eduardo Leite. Os fatos investigados em relação a ela teriam ocorrido antes de 2019.
Ela se tornou alvo da investigação federal a partir da análise de materiais apreendidos em outra operação da PF, a Autoclave, realizada em 2019, que focava em supostas irregularidades na prestação de serviços pela Organização da Sociedade Civil (OS) IBSaúde na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Scharlau, de São Leopoldo. Mensagens armazenadas no telefone do principal investigado na Autoclave, José Eri Osório de Medeiros, presidente do IBSaúde, fizeram a PF suspeitar de que Arita teria participado de esquema de montagem de licitação em parceria com a OS quando ocupava o cargo de secretária da Saúde de São Lourenço do Sul, em 2017. Medeiros foi um dos quatro presos na operação da quarta-feira), já que também segue investigado na Septicemia.
No caso que envolveria Arita, que é de 2017, uma curiosidade: a OS teria ajudado a montar a licitação em São Lourenço, terra natal da secretária, mas acabou não concorrendo à época porque teria considerado os valores muito baixos, conforme a investigação. Antes do lançamento do processo seletivo de São Lourenço do Sul, em uma conversa que teria ocorrido em 25 de novembro de 2017, Medeiros e Arita falam sobre o que seria contratado pela prefeitura. Segundo a investigação, Arita também teria articulado a colocação do IBSaúde na secretaria de Saúde de Pelotas, pasta que ela havia comandado entre 2011 e 2016, antes de atuar em São Lourenço do Sul.
O que diz Arita Bergmann
A secretária Arita Bergmann manifestou-se paenas por meio de uma nota oficial. Confira a íntegra do documento.
"A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, assim que tomou ciência dos fatos, comunicou ao governador. Arita registrou à Polícia Federal o seu compromisso com a responsabilidade, probidade da gestão com a saúde do Rio Grande do Sul e com a transparência de todos os atos realizados no âmbito da Secretaria Estadual da Saúde, assim como ofertou, desde já, sua disponibilidade para levantamento de quaisquer dados sob sigilo, inclusive bancários e telemáticos. Cabe ressaltar, ainda, que, levando em conta o que já é de conhecimento público quanto ao teor da investigação até o momento, a operação visa apurar contratos firmados com prefeituras, não havendo qualquer relação com a gestão de saúde estadual. Mais uma vez, a secretária se coloca à disposição da sociedade para qualquer esclarecimento."