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Demora no diagnóstico resulta na retirada da mama em 70% dos casos de câncer

Falta de diagnóstico precoce, quando a chance de cura chega a 95%, pode estar relacionada a questões econômicas e dificuldade de acesso a exames.

15/12/2018 às 21h02
Por: Marcelo Dargelio Fonte: divulgação
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Para 70% das mulheres que recebem o diagnóstico de câncer de mama no Brasil, a mastectomia, que é a remoção total da mama, acaba sendo o caminho. Os dados são da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), que alerta sobre a demora na identificação da doença, detectada na maioria dos casos em estágio avançado.

De acordo com a SBM, esse índice se dá devido à dificuldade do diagnóstico precoce do câncer de mama e demora ao acesso a consultas, exames, biópsia e tratamento.Isso porque quando descoberto no início, com menos de 2 centímetros de tumor, as chances de cura chegam a 95%, conforme apontam pesquisas internacionais.

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Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, esse é um problema ligado à questão econômica, tendo em vista a disponibilidade dos recursos, dos exames e a qualidade dos equipamentos e dos resultados apresentados. A limitação do acesso é um problema muito sério no nosso país.As mulheres no SUS [Sistema Único de Saúde] passam por muitas dificuldades para conseguir consulta num posto de saúde, conseguir um pedido de exame e depois realizá-lo. Com o diagnóstico tardio, a agressividade do tratamento é maior.

Outro fator que atrapalha a busca por exames está relacionado ao fato de muitos brasileiros estarem sem emprego ou terem perdido a cobertura de plano de saúde.O número de mulheres que vem fazendo exames, esse número, em vez de aumentar, vem caindo. Isso é muito ligado à questão econômica, questão da falta de recursos, estamos falando isso no sistema público e no sistema privado. Com a crise, muita gente perdeu o acesso ao convênio.

No SUS, o tempo para realizar o diagnóstico depende da organização da rede de atendimento, que é feito pelos estados e municípios, conforme afirma o Ministério da Saúde. Em 2017, foram realizados no SUS 4,04 milhões de mamografias de rastreamento, sendo 2,6 milhões na faixa etária prioritária preconizada pela Organização Mundial da Saúde, que são mulheres de 50 a 69 anos.  Além disso, também houve aumento de 100% dos valores repassados para exames essenciais para o diagnóstico e para a decisão médica do tratamento dessa doença.

Opções menos invasivas

Para preservar as mamas, alguns médicos têm adotado técnicas que permitem, por meio de um acesso pequeno que pode ser pela borda da aréola e mamilo ou pelo sulco mamário, fazer a retirada dos tumores com menor risco de complicações e melhores resultados estéticos.

Dessa forma, incisões discretas podem ser feitas na retirada total da mama ou quando é retirado somente o tumor com margem livre. Esse tipo de cirurgia evita que a mulher tenha o estigma de uma cirurgia radical, com cicatrizes no meio do seio.

A pessoa faz cirurgia, e pode fazer radioterapia, quimioterapia ou hormonoterapia. A associação das múltiplas terapias faz com que um tratamento exclusivo seja menos utilizado e isso ajuda muito no avanço das técnicas cirúrgicas, fazendo com que o tratamento cirúrgico passe praticamente despercebido.

Espera pela reconstrução da mama

A retirada total da mama é um procedimento invasivo que pode causar problemas relacionados à auto-estima das mulheres mastectomizadas

Para as mulheres que não conseguiram passar por procedimentos menos invasivos e tiveram a mama retirada, a lei que prevê que a reconstrução mamária seja feita imediatamente após mastectomia.

Há cinco anos essa regra está em vigor e prevê que pacientes submetidas a mastectomia têm o direito de realizar a reconstrução mamária por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) imediatamente após a retirada do tumor.

No entanto, a SBM afirma que apenas 20% das 92,5 mil mulheres que retiraram as mamas entre os anos de 2008 e 2015 passaram pelo procedimento de reconstrução. De acordo com a instituição, a reconstrução mamária imediata é viável em cerca de 90% dos casos.

Em nota, o Ministério da Saúde se justificou afirmando que "segundo a mesma lei, quando não houver indicação clínica para realização dos dois procedimentos ao mesmo tempo, a paciente será encaminhada para acompanhamento e terá garantida a realização da cirurgia após alcançar as condições clínicas necessárias. Sendo assim, cabe à equipe médica responsável pela paciente avaliar se é possível realizar os dois procedimentos no mesmo ato cirúrgico. A decisão é tomada com base em diversos fatores, como a condição da área afetada para evitar infecção ou rejeição da prótese e a vontade da própria paciente. Em alguns casos, é necessária a radioterapia ou quimioterapia antes da reconstrução mamária ser realizada.

Conforme pesquisa realizada , 74,8% das mulheres que responderam ao questionário e que trataram o câncer no sistema privado fizeram a cirurgia de reconstrução mamária e 53,4% das pacientes do sistema público passaram pelo procedimento.

Imediata ou não, a cirurgia de reconstrução é um direito de toda paciente de câncer de mama que passou por mastectomia durante o tratamento da doença. Esse direito deve ser exigido junto ao SUS e aos planos de saúde e discutido com o médico antes da realização da cirurgia ou a qualquer momento após o procedimento de retirada do tumor, no caso de uma reconstrução tardia.

E você, já está se cuidando ? Vamos conversar do Outubro Rosa com as amigas, com as pessoas que nos rodeiam? Vamos juntos combater o câncer de mama! Um ótimo Outubro rosa  para todos!








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