É muito comum e praticamente habitual pessoas deixarem seus animais soltos para dar uma “voltinha” sem qualquer controle, tanto com gatos como com os cães. Os passeios, de fato, são muito importantes para entretê-los, entretanto são grandes os riscos que os animais correm caso estiverem sem a presença de seus donos. Atropelamentos, ingestão de alimentos estragados ou contaminados, envenenamentos, roubos e obtenção de doenças são alguns dos principais riscos que devem ser cuidados e evitados simplesmente com o controle dos passeios por parte dos donos.
Os passeios são essenciais, principalmente para os cães, porém alguns cuidados devem ser observados para evitar diversos riscos. Segundo a médica veterinária Natália Piva, é muito normal ver as pessoas passeando com seus cães sem a guia, podendo resultar em acidentes como atropelamentos. “Se tem algum outro animal passeando ou alguma coisa que chame a atenção, é comum eles saírem correndo. Em vias mais movimentadas, pode resultar em atropelamentos. Atropelamento é muito comum de acontecer, e é um risco que pode ser evitado se o animal estiver na guia”, afirma Natália.
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Sem a guia, os donos também perdem o controle de seus animais, os quais podem revirar lixos ou ingerir algum alimento estragado, contaminado ou em estado de contaminação, o que pode fazer o animal passar mal. “É muito comum quando o animal está solto, sem a guia, ingerir um alimento que está ali jogado, revirar lixo ou comer alguma coisa que o dono não vii o que era e que depois o animal pode passar mal. Sem a guia você perde esse controle. Na guia, se o animal parar para ingerir alguma coisa, o dono vai notar mais facilmente, conseguindo puxar ele de forma mais eficaz e evitar que ele esteja comendo alguma coisa”, explica a veterinária.
Enquanto os cães sofrem riscos como atropelamentos, ingestão de alimentos contaminados e até ataques de outros cães sem o controle de seu dono, os gatos tem a soma de perigos como doenças transmissíveis entre gatos e os envenenamentos. “Os gatos são mais difíceis de acostumar na coleira. Geralmente com os gatos é aquilo: “Deixa dar uma voltinha”. Com cães também é normal as pessoas deixarem sair para fazer as necessidades, mas com gatos tem muito isso, até gato de apartamento, que vai pulando de telhado a telhado para dar uma volta”, comenta Natália.
Dentre os principais riscos para os gatos são as doenças transmissíveis, muito frequentes de serem diagnosticadas na cidade. “Temos uma série de doenças que são transmissíveis entre gatos, que é a fiv e a felv, que eles podem estar contraindo com animais de rua ou até gatos semi domiciliados. Essas duas doenças têm muitos casos aqui na cidade, são doenças que não tem cura, mas tem prevenção, dentre elas, evitarem esses passeios livres”, ressalta a veterinária.
De acordo com a médica veterinária, doenças fúngicas como a esporotricose também podem ser adquiridas pelos gatos na hora dos passeios, uma vez que podem pegar em espinhos de plantas como de qualquer outro gato infectado. Além disso, trata-se de uma zoonose, ou seja, a doença pode ser passada ao humano. Casos como atropelamento e, principalmente envenenamentos são bastante comuns. Como o gato tem o extinto de caçador, é normal ele, quando solto, caçar ratos ou passarinhos e invadir a propriedade de vizinhos, podendo resultar em desavenças com consequências trágicas.
Para Natália Piva, os perigos e os riscos dos passeios dos gatos sem controle de seus donos são muitos. “Hoje em dia, com os perigos que temos e com as doenças que temos, chega a ser uma negligência. Se o animal é de casa, ele tem que estar em casa. Quer deixar o gato dar uma volta, o ideal é acostumar com uma coleirinha sempre com supervisão”, explica a veterinária.
Alternativas para entreter seu animal de estimação
O gato nem sempre se presta para passear com uma coleira na rua. Segundo a veterinária, é uma questão muito individual de casa gato. Alguns conseguem se acostumar, outros se quer gostam de sair na rua, pois se assustam com o barulho ou com cães. Dentre uma das principais alternativas para entreter os gatos dentro de casa é o enriquecimento ambiental. “O enriquecimento ambiental são formas de distrair eles, com brinquedos, coisas que se movimentam, caixinhas de papelão. Tem empresas que fazem móveis para casas pensando nos gatos para eles terem mais movimentação e o que fazer durante o dia. O gato é mais difícil de fazer brincar, porém, o ideal é, desde filhote, acostumá-los com essas brincadeiras”, afirma Natália.
No caso dos cães, o passeio é fundamental para o entretenimento do animal de estimação. Porém, em casos em que o dono está trabalhando durante o dia, uma das alternativas é a creche animal. “O passeio na rua é ótimo, eles precisam, pois, caso contrário, eles ficam estressados e com isso podem vir a ter problemas de saúde. Não é só questão do passeio, mas é muito relacionado com as doenças. Em casos em que o dono não tem tempo, uma opção é a creche animal. É importante para a socialização, para eles interagirem, uma boa forma de eles gastarem a energia. A creche alia a brincadeira, o gasto de energia e os exercícios”, afirma Natália.
Importância da vacinação e da castração
A vacinação é a principal forma de prevenção para diversas doenças. Dentre as principais vacinas que devem ser feitas nos animais de estimação, destacam-se a vacina polivalente e a vacina da raiva. “Tantos para os cães como para os gatos, temos a vacina polivalente, que é a das doenças, que protegem contra doenças mais graves, mas não para todas. Essa vacina não é permanente, ela tem um prazo de validade. O reforço anual nos cães e gatos é importante. As pessoas, às vezes, fazem enquanto filhotes e o reforço depois de adulto é deixado para trás e aí eles podem vir a contrair algumas doenças que podem estar sendo protegidas pela vacina”, explica a veterinária.
Apesar de o dono ter um animal sem nenhum contato com outros animais ou até sem o contato fora de sua residência, Natália salienta a importância de fazer as vacinas, uma vez que os próprios humanos transportam vírus e bactérias de diversas formas. “Muitos falam que ‘meu animal é de apartamento, não tem contato com outros’, mas nós estamos na rua o dia todo, e quando voltamos para casa, podemos levar até no calçado alguma coisa. São vírus e bactérias que não enxergamos”, ressalta.
A vacina da raiva também é uma das mais importantes e devem ser feitas nos animais de estimação. A doença é uma zoonose, não tem cura, e pode ser fatal, tanto nos animais como nos humanos. “A vacina da raiva muitas pessoas deixam de fazer por achar que está erradicada, e a raiva é uma zoonose, 100% fatal e em humanos não tem cura, e nos animais também não. Temos a doença controlada por vacinação, mas não quer dizer que esteja erradicada”, explica Natália.
A castração, fundamental para o controle populacional de cães e gatos, também auxilia na prevenção de doenças como tumores de mama nas fêmeas e de próstata nos machos. Além disso, a veterinária afirma que a castração também faz crescer a expectativa de vida dos animais quando comparados a animais não castrados.
Natália alerta que a vacina anti-cio, presente no mercado, não deve ser feita, pois resulta em graves efeitos colaterais. “A vacina anti-cio não garante que a fêmea não entre no cio, e pode resultar em efeitos colaterais. Ela estimula a formação de tumores, é um veneno e não deveria estar no mercado. É a história do barato sai caro”, explica a veterinária.
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