A posse dos novos eleitos no pleito eleitoral de 2022 ainda nem aconteceu e o chamado "fogo amigo" já está acontecendo. Nos famosos vaivém da política, o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, partiu para o ataque daquele que já foi amigo, virou inimigo e depois cabo eleitoral novamente do presidente, o ex-juiz Sergio Moro. Eleito senador pelo Paraná, Moro vê sua vaga ameaçada por um pedido de cassação feito pelo partido onde pretendia filiar-se, caso o União Brasil confirme apoio ao ex-presidente Lula. As informações são do jornal O Estado de São Paulo (Estadão).
O motivo do pedido de cassação é um interesse direto na vaga ao Senado Federal. Caso Sergio Moro seja cassado, o PL herda automaticamente a vaga de senador e aumenta o número de sua bancada. Os detalhes da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pelo diretório estadual da legenda estão sob sigilo, porém, o partido de Bolsonaro está questionando os gastos de campanha feitos por Moro.
O movimento se dá meses depois de Moro ter declarado publicamente apoio à candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro, e até mesmo acompanhado o então candidato nos debates televisivos do segundo turno da eleição presidencial. Segundo apurou o Estadão, apesar de ser patrocinado pelo diretório no Paraná, a ação tem aval do presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto. Moro foi eleito com 33,82% dos votos, em uma disputa apertada com o segundo colocado, o deputado federal Paulo Martins (PL), que alcançou 29,12% dos votos.
No início deste mês, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) se manifestou pela terceira vez pela reprovação das contas de Moro – após duas manifestações do ex-juiz. Entre as inconsistências apontadas pelo tribunal estão o recebimento de recursos com origem não identificada, a omissão de receitas e gastos eleitorais, doações não incluídas da prestação parcial de contas de campanha e recebidas após as eleições.
Procurado, Moro disse que desconhece a “existência de eventual ação do PL” e nada tem “a recear quanto à lisura, regularidade, transparência e seriedade das doações e despesas eleitorais.”
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