Mesmo com a vacina, o vírus do Covid-19 continua presente no ar e contaminando muitas pessoas. Nas últimas semanas, está sendo registrado um grande aumento de casos no Brasil devido a nova variante BQ.1, sublinhagem da Ômicron, a qual registra alta capacidade de transmissão. Em Bento Gonçalves a situação parece controlada, com 136 casos ativos da doença, sendo 13 internações (incluindo um caso na UTI e outro com suspeita), porém 10 mil moradores estão com as doses de reforço atrasadas.
De acordo com a Secretaria de Saúde de Bento Gonçalves, os casos de Covid-19 atualmente são pontuais e leves, porém os dados de vacinação são um tanto preocupantes: cerca de 10 mil pessoas estão com a dose de reforço atrasada. "Temos uma boa base de cobertura da primeira e segunda dose, mas sobre o reforço, estamos acompanhando ao longo dos meses uma baixa procura para realização da dose, cenário que percebemos em todo país. Temos hoje aproximadamente 10 mil pessoas com a dose de reforço atrasada", destaca a Secretária de Saúde, Tatiane Misturini Fiorio, através da assessoria de imprensa.
A Secretaria frisa que todas as unidades de saúde da cidade seguem com todas as doses da vacina disponíveis para população e, até o momento, não será retomado o decreto do uso obrigatório das máscaras. "Reforçamos a importância de manter a imunização completa e vamos continuar analisando o cenário. Conforme as orientações federais e estaduais, vamos debater a necessidade da utilização da máscara," finaliza Tatiane.
Desde o início do Covid-19, Bento Gonçalves já registrou 39.336 mil casos e 486 mortes, e no mês de novembro de 2022 marca 136 casos da doença ativos sendo 13 internações, com um caso na UTI e outro com suspeita.
Covid no Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, segundo a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, a subvariante da ômicron já corresponde a 70% dos casos de covid nas amostras sequenciadas pelo Cevs no Estado este mês. A BQ.1 têm mostrado maior capacidade de transmissão, levando a um aumento do número de diagnósticos positivos de covid nos testes, que passaram de 7% no começo de outubro para 24% no começo de novembro. A elevação acompanha o número de casos, que subiu 247% em três semanas.
Os dados, apresentados por Ranieri na última quarta-feira, 23 de novembro, na reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), ressaltam a necessidade da população completar o esquema vacinal. Estudos apontam a redução da proteção oferecida pelas vacinas contra a covid depois de quatro meses da aplicação, principalmente na população acima dos 60 anos.
Esta faixa etária representa a maior proporção de internações por covid entre agosto e novembro, com 70% dos casos. O mesmo ocorre nos 21 óbitos registrados este mês, com predominância ainda maior, de 75,6%. Cerca de 90% dos óbitos são de pessoas com alguma comorbidade.
“As vacinas contra a covid que hoje estão sendo disponibilizadas, independente do laboratório, conferem proteção contra as novas variantes”, disse a diretora do Cevs. “As vacinas que estão sendo liberadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) provavelmente só serão oferecidas a pessoas com o esquema vacinal completo. É importante que as pessoas completem a vacinação para que possam receber esta vacina como uma dose de reforço a mais, provavelmente no início de 2023”.
De acordo com levantamento do Cevs, a maior mortalidade por covid entre a população acima dos 60 anos entre março e novembro foi de pessoas sem o esquema vacinal primário, isto é, sem as duas primeiras doses, com 451 óbitos por 100 mil pessoas.
“Quanto mais dose, melhor resposta. Há uma tendência de aumento de surtos em ambientes hospitalares e instituições de longa permanência. Mas o segundo reforço diminui a taxa de mortalidade de forma significativa”, disse a diretora do Cevs. “Quanto mais doses pudermos dar a esta população para que resgate esta resposta imune, mais evitaremos óbitos ao longo do tempo”.
Sintomas e orientações da nova variante
Para que fique atento aos sinais, os sintomas desta nova variante do Covid são: cansaço extremo, dor no corpo, dor de cabeça, coriza, congestão nasal e dor de garganta.
Caso faça o teste e o resultado seja positivo, o Ministério da Saúde orienta que permaneça em isolamento por 10 dias a contar do início dos sintomas. Após o 5º dia, deve realizar o teste novamente e se der negativo, pode sair do isolamento antes do prazo de sete dias, desde que não apresente sintomas respiratórios e febre, há pelo menos 24 horas, e sem o uso de antitérmicos.