O Partido Liberal (PL), sigla do presidente Jair Bolsonaro, deicdiu que fará oposição ferrenha ao terceiro mandato de Luis Inácio Lula da Silva (PT). Para isso, a ideia é manter Bolsonaro em Brasília, ganhando um salário como presidente de honra do partido. O valor da remuneração ainda não foi revelado pelo partido.
De acordo com o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que comanda o partido desde 2001, a ideia é manter a sigla como a principal representação da direita conservadora no país. E o primeiro movimento para isso é fazer com que Bolsonaro siga em Brasília, para ser o grande líder da direita preservando o legado de 58 milhões de votos conquistados no segundo turno da eleição. Como presidente de honra, Bolsonaro vai integrar uma executiva partidária com 21 membros. O anúncio sobre o futuro de Bolsonaro e da sigla deverá ser feito pelo dirigente durante uma entrevista coletiva em Brasília na próxima terça-feira. Será a primeira entrevista do cacique do PL – que foi condenado e preso no escândalo do mensalão – há dez anos. Diante da aproximação de líderes do Centrão de Lula, o PL decidiu anunciar oficialmente sua posição para afastar os rumores de que poderia dar uma guinada governista com a nova gestão do PT.
Quando deixar a Presidência da República, Bolsonaro terá direito a cerca de R$ 42 mil com aposentadorias do Exército (em torno de R$ 12 mil) e da Câmara (cerca de R$ 30 mil). O salário do PL está sendo discutido ainda e será somado a esse valor. Também não foi definida a origem do recurso – se será do Fundo Partidário ou de doações para a sigla.
Postura deve garantir comando no Senado
Com a decisão do PL de se posicionar na oposição ao governo federal, o partido pode ficar isolado no Congresso, mas ainda assim terá papel decisivo na disputa pela presidência das Casas. O partido de Bolsonaro sinalizou ao PP que aceita fazer um acordo para apoiar a recondução de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, desde que o PP apoie o PL na presidência do Senado contra Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O partido de Bolsonaro conquistou a maior bancada da Câmara dos Deputados neste ano, com crescimento dos 76 deputados atuais para 99 na próxima legislatura. Em segundo lugar está a federação PT-PCdoB-PV, com 80 deputados eleitos (PT com 68, PCdoB com 6 e PV com 6).
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