A Secretaria Municipal de Saúde de Bento Gonçalves divulgou na última semana os números de casos de sífilis na cidade e os dados são preocupantes. Em 2021, o Rio Grande do Sul foi o segundo Estado do Brasil com casos de Sífilis Adquirida, em destaque para a Região da Serra com a maior taxa de detecção para cada 100.000 habitantes (206,7).
De acordo com as informações, de 1999 a 2022 foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) 3.210 casos de Sífilis em Bento Gonçalves. Desta forma, a média de infecções pela doença por ano (entre 1999 a 2013) foi de 19,4 casos, já nos anos seguintes (de 2014 a 2022) saltou para 324,3 casos por ano, levando há um aumento de mais de 200% nos últimos 10 anos.
E estes números também se repetem em relação à Sífilis em Gestante e Congênita. A forma de transmissão da Sífilis Congênita é via placenta (mãe para filho) durante a gestação, independente do período gestacional, e a quando ocorre a infecção congênita (bebê nascer com sífilis) pode haver sequelas neurológicas irreversíveis, e nesta situação, os casos passaram de 02 em 2012 para 46 em 2021, sendo que em 2022 o Município já registrou 31 casos da doença, com 01 óbito fetal e 03 abortos em decorrência da infecção. A média nos últimos 10 anos é de 42,9 casos para Sífilis em Gestante e 26,5 para Congênita.
E de 2010 a 2022, a faixa etária de predomínio dos infectados é a de 20 a 39 anos com 1.697 casos da doença, correspondendo há 55,9% da infecção. O sexo feminino concentra a maior parte das notificações no mesmo período com um acumulado de 1718 casos (56,6%).
A Secretaria de Saúde de Bento reforça que todas as Unidades de Saúde, incluindo o SAE/CTA oferecem para a população os testes rápidos de HIV, Sífilis, Hepatite B e C, o tratamento e os preservativos. As gestantes durante o pré-natal podem realizar a testagem rápida ou laboratorial para Sífilis, sendo que, iniciar o pré-natal tardio implica na possibilidade de a criança nascer com Sífilis Congênita. Portanto, o acompanhamento do casal deve ser começado assim que se descobre a gravidez.
Casos no Brasil
Dados do Ministério da Saúde (MS) publicados em 2018, apontaram aumento no número de casos da doença em TODOS os cenários da infecção:
– Aumento de 28,5% na taxa de detecção em gestantes;
– Aumento de 16,4% na incidência de sífilis congênita;
– Aumento de 31,8% na incidência de sífilis adquirida.
A região com maior número de casos foi a Sudeste, com 61.745 (51,5%) casos notificados, seguida da região Sul, com 29.169 (24,3%).
Em 2021 o RS foi o segundo Estado do Brasil com casos de Sífilis Adquirida. Dados do Boletim Estadual de 2016 já apontavam a doença como presente em todas as regiões. Destaque para a Região da Serra com a maior taxa de detecção para cada 100.000 habitantes (206,7).
Transmissão
A forma de transmissão se dá por relações sexuais desprotegidas (sexo oral, vaginal e anal), e de mãe para filho em qualquer fase da gestação ou no momento do parto (sífilis congênita). Se não for tratada pode comprometer vários órgãos como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso.
A SÍFILIS é uma Infecção sexualmente transmissível causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum. Após a relação sexual pode surgir uma lesão inicial (cancro duro) acompanhada de ínguas (linfonodos aumentados) em três semanas.
A prevenção é destacada pela investigação do casal no período pré-natal e, se obter diagnóstico, realizar tratamento adequado, pois é uma doença com cura. O tratamento completo e realizado corretamente garante à cura do casal e evita a infecção da criança.
A forma de transmissão da Sífilis Congênita é via placenta (mãe para filho) durante a gestação, independente do período gestacional. Quando ocorre a infecção congênita (bebê nascer com sífilis) pode haver sequelas neurológicas irreversíveis.
Tratamento
O tratamento é efetuado com antibióticos, especialmente penicilina. Deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença e estendido aos parceiros sexuais, sendo que o uso de preservativos durante as relações sexuais é a maneira mais segura de prevenir a doença.
Dados da OMS
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou mais de meio milhão de casos de sífilis congênita no mundo em 2017 (aproximadamente 661 mil), resultando em mais de 200 mil natimortos e mortes neonatais. A sífilis congênita é a segunda principal causa de morte fetal evitável em todo o mundo, precedida apenas pela malária.
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