O maratonista bento-gonçalvense Guilherme Bavaresco, de 34 anos, da Bento Trail Running (BTR) esteve entre os 15 melhores atletas do país na disputa da seletiva para o Mundial do Circuito Backyard. Na prova, conhecida como corrida de quintal, o atleta, que participou pela primeira vez da competição, foi o sexto último maratonista a abandonar a prova com um total de 19 voltas concluídas, o que correspondeu a incríveis 133,9 km.
Guilherme, que entrou para o mundo das corridas em 2010, passou a explorar competições de grande nível na modalidade trail running a partir de 2018, “Peguei o gosto por corridas de longas distâncias e no meio da natureza, conhecida por trail running ou corrida em trilha. Sempre gostei de ousar nas escolhas das provas e optar por distâncias que sempre me confrontassem e me fizessem a dar o meu máximo. A velha vontade de sair exausto”, explica.
O bento-gonçalvense teve a sua primeira experiência formando a Seleção Brasileira do Circuito Backyard na participação da seletiva para o Mundial da modalidade, que ocorre em outubro de 2023, no Tennesse, nos Estados Unidos. A prova classificatória foi realizada em Itupeva-SP, e a seleção foi formada com base nos estaduais, dos quais foram convocados os 15 melhores qualificados para a final brasileira.
Na modalidade Backyard, conhecida também como corrida de quintal, conta com um percurso oficial entre 6,7 km e 7,2 km. Na prova em Itupeva-SP, o trajeto contou com 7,1 km. “Uma Backyard, conhecida também como "resta 1", tem como característica ser uma prova de resistência onde ganha o desafio o último atleta a ficar em pé. Cada atleta deve completar em menos de 1 hora o percurso demarcado, de maneira consecutiva. Quando a volta é concluída ele usa o tempo restante dessa hora para se preparar para a próxima volta que será sempre no mesmo percurso. A prova não tem horário para terminar e segue até restar um único atleta”, relata Guilherme.
Conforme o atleta, a prova se diferencia sobretudo pelo fato de que a resistência é o fator mais importante, acima da velocidade. Guilherme pondera que a modalidade exige um preparo físico e mental significativo. “É uma verdadeira batalha mental e você oscilará bastante durante as voltas. Terá momentos bons e ruins. Em Itupeva eu tive vontade de parar algumas vezes pela exaustão mental e a pressão de correr contra o relógio algumas horas. Acabei redefinindo algumas estratégias e me mantive na prova. Isso aconteceu pra todos e você tem o poder de decidir o que quer, mas sempre respeitando sempre suas condições físicas, claro”, destaca.
O maratonista da Bento Trail Runners finalizou a prova sendo o sexto atleta a abandonar a competição com 133,9 km percorridos. “Para alcançar essa marca tive um acompanhamento de perto pelos meus treinadores, fisioterapeuta e nutricionistas. Sem dúvida alguma, a seletiva foi a maior prova que participei, pois eu acabei evoluindo como atleta e também desenvolvi a concentração, o foco e a disciplina. Isso são coisas que a corrida te proporciona e que você leva para o resto da vida”, comemora.
Guilherme deve participar de outra competição até o final do ano para dar sequência ao ritmo nas provas de trail running. Já para o próximo ano, o atleta almeja participar de, ao menos, duas Backyards, além de ultramaratonas.
Mín. 13° Máx. 29°