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Tarcísio de Freitas afirma que atentado em favela de São Paulo não foi político

Segundo o candidato a governador do estado paulista ato tratou-se de intimidação por parte do crime organizado.

17/10/2022 às 22h53 Atualizada em 17/10/2022 às 22h59
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Estadão/Conteúdo
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Tarcísio é retirado do prédio que visitava em Paraisópolis após tiroteio Foto: Reprodução TV Globo
Tarcísio é retirado do prédio que visitava em Paraisópolis após tiroteio Foto: Reprodução TV Globo

O candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que a troca de tiros ocorrida nesta segunda-feira, 17, em um evento de campanha em Paraisópolis, não foi um atentado ou uma ação com motivação eleitoral. Para ele, “foi um ato de intimidação”. “Um recado claro do crime organizado de que não somos bem-vindos ali. Para mim, foi uma questão territorial, não tem nada a ver com questão eleitoral”, afirmou durante coletiva de imprensa.

O candidato reforçou que não há motivo para politizar o ocorrido. “Não estou politizando, estou falando que o crime não quer a presença do Estado, quer ter seu território”, afirmou. Apesar disso, disse que os criminosos querem dizer que têm um lado, que não é o dele. A campanha vai seguir normalmente, segundo ele.

Até o momento, apesar das declarações do candidato e do relato da própria polícia paulista, apoiadores de Tarcísio e do presidente Jair Bolsonaro buscam viralizar nas redes sociais a tese que de ele foi vítima de um atentado, reproduzindo ainda desinformação associado os candidatos do PT à Presidência e ao governo paulista, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad, ao PCC.

Rajada de tiros

Tarcísio afirmou que a equipe que o acompanhava chegou a ouvir uma rajada de tiros. “Acho que é algo para intimidar, para dizer que vocês não são bem-vindos aqui”, disse. Ele também destacou que o que ocorreu não foi corriqueiro. “Dizer que foi coincidência, não é assim que funciona. Fizeram imagens com a equipe de segurança, fizeram perguntas, depois voltaram armados”.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, oito pessoas entraram em confronto com os seguranças de Tarcísio, que estavam à paisana fazendo a proteção do candidato. Dois deles portavam armas longas. A polícia ostensiva isolou o local quando a troca de tiros começou. O prédio em que a equipe do ex-ministro estava e a Van que o transportou não foram baleados. A Secretaria afirma que os tiros ocorreram a 100 metros do local.

O presidente do G10 Favelas e líder comunitário Gilson Rodrigues lamentou o ocorrido, mas argumentou que nenhum representante da organização ou da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis (UMCP) foi informada da visita de Tarcísio. “Paraisópolis tem uma tradição em receber políticos, autoridades, artistas e personalidades por ser uma comunidade pacífica e organizada”, afirmou em nota. Paraisópolis é uma das maiores favelas do País, emblemática por fazer divisa com o Morumbi, bairro de alto padrão.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, durante pronunciamento no Palácio da Alvorada, ainda ser prematuro afirmar se houve motivação política no ocorrido. Já o adversário de Tarcísio, o candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad (PT), ex-ministro da Educação e ex-prefeito da capital paulista, afirmou “repudiar toda forma de violência”.

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