O Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde, braço de estudos científicos do Tacchini Sistema de Saúde, apresentou na última semana, os resultados da pesquisa que revela os principais fatores de risco para o câncer na serra gaúcha. A intenção do projeto de responsabilidade social é, a partir da análise profunda dos dados, direcionar estratégias de prevenção de novos casos de câncer com base no conhecimento de fatores associados à doença.
Ao todo foram entrevistadas mais de 2 mil pessoas entre 2019 e 2021. A pesquisa apontou que entre os fatores de risco mais relevantes estão o histórico familiar em primeiro ou segundo grau de câncer, tabagismo, consumo excessivo de álcool e, ainda, exposição a solventes, colas e pesticidas. Além disso, para câncer de mama, a utilização de terapia de reposição hormonal. “A maioria dos fatores pode ser manejada ou evitada a partir de mudanças de alguns hábitos e costumes”, avalia a Dra. Juliana Giacomazzi, investigadora principal do estudo.
A Dra. Juliana ainda lembra a importância da realização dos exames de rotina para detecção precoce da doença. Conforme ela, parte da população ainda evita realizar os exames preventivos por medo de encontrar algum problema de saúde, mas o pensamento deve ser exatamente o contrário. “Nosso estudo propõe a substituição daquela velha frase que dizia ‘quem procura, acha’, tão utilizada como justificativa por pessoas que evitam os exames de rotina, por uma nova versão: ‘quem procura, cura’”, comenta.
Peso genético
O fator genético também se mostrou bastante importante. De acordo com o estudo, 1 em cada 3 casos de câncer de mama em pacientes com menos de 50 anos e 1 em cada 5 dos casos de pacientes com câncer colorretal com menos de 50 anos está associado à hereditariedade. Estes achados foram possíveis devido a análises moleculares de um painel de genes associados à predisposição hereditária do câncer para uma gama de pacientes diagnosticados com câncer de mama ou câncer colorretal da instituição através deste projeto de pesquisa.
“É muito importante atentar para a ocorrência de diversos casos de câncer na família e quando houver casos antes dos 50 anos, e informar isto a equipes de saúde. Quando houver critérios específicos que configuram síndromes de predisposição hereditária para câncer ou para alguns tipos de câncer em idade jovem, consulta de aconselhamento genético e investigação por teste genético são relevantes e trazem informações extremamente importantes para o manejo da doença no indivíduo com câncer e para seus familiares”, completa.