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Eduardo Leite resolve não declarar apoio a Lula e nem a Bolsonaro

Candidato do PSDB está usando as cores do Rio Grande do Sul procurando ficar afastado

07/10/2022 às 15h58
Por: Marcelo Dargelio
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Eduardo Leite resolve não declarar apoio a Lula e nem a Bolsonaro

Sob a alegação de que não está em cima do muro, o candidato ao governo do estado pelo PSDB, Eduardo Leite, anunciou que permanecerá neutro em relação à corrida presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Ele já havia manifestado em suas redes sociais que não precisaria “ser medido nesta eleição pela régua estreita da polarização nacional”, e acabou confirmando a neutralidade no segundo turno na manhã desta sexta-feira, 7 de outubro.

Leite deu entrevista coletiva na sede do comitê central. Tentando fazer do ato uma demonstração de força e coesão política, o tucano surgiu ao lado do governador Ranolfo Vieira Júnior, do vice, Gabriel Souza (MDB), de parlamentares, secretários estaduais, prefeitos e dirigentes partidários, numa mobilização até então jamais vista na campanha. "Não se trata de ficar em cima do muro, mas sim de não permitir que se erga um muro entre os gaúchos. Como cidadão, votarei naquilo que acredito ser melhor para o Brasil. Mas aqui é o Rio Grande do Sul e como líder político lutarei sempre para que a guerra instalada no país não separe ainda mais o nosso povo", destacou o candidato .

A decisão de Leite foi tomada após quatro dias de muita pressão. Depois do susto no primeiro turno, quando esperava chegar à frente de todos adversários e foi surpreendido não só pelo segundo lugar, mas também pela escassa margem de 2,4 mil votos para Edegar Pretto (PT), o tucano deu uma freio de arrumação na campanha. As estratégias foram todas revistas, do discurso, agora mais incisivo contra Onyx, à busca pragmática por alianças, ainda que informais.

Por detrás dessa postura há uma detalhada análise dos mapas de votação, nos quais fica evidente que o tucano teve cerca de 1,4 milhão de votos casados com Lula e Bolsonaro, sendo em torno de 400 mil originários de eleitores bolsonaristas e 1 milhão de lulistas. O novo foco alterou também a estética da campanha, agora centrada nas cores do Rio Grande do Sul. Durante a coletiva, os assentos reservados aos jornalistas tinham bandeiras do Estado e adesivos de Leite em vermelho, amarelo e verde, numa demonstração de que o tucano tentará pautar o segundo turno com discussões locais.

O novo slogan, "O Rio Grande fala mais alto", tenta reproduzir a ideia de união local para escapar da divisão nacional. Para tanto, disse que governou com o PL de Bolsonaro e Onyx e com o PSB de Geraldo Alckmin (vice de Lula), aprovando reformas com o apoio de partidos díspares, como o Novo e o PT.

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