Esporte Base
Os “argentinos” da base do Clube Esportivo
Alguns por inspiração, outros por pura coincidência: categorias inferiores do alviazul têm “craques” como Dalessandro, Riquelme e Riquelmy Yannick, e Diego “Semioni”.
19/09/2022 14h43 Atualizada há 2 anos
Por: Kevin Sganzerla Fonte: NB Notícias
Foto: Kévin Sganzerla

Ídolos do futebol mundial são grandes inspirações de pais e mães no processo de escolha do nome de seus filhos. Na década de 2000, nomes como Riquelme, que marcou passagem no Boca Juniors, e que foi algoz do Grêmio na Libertadores de 2007, e D’Alessandro, um dos maiores jogadores da história do River Plate e do Internacional, motivaram pais a nomearem os seus filhos com nomes iguais ou semelhantes aos atletas. Seja por inspiração pelo futebol argentino ou por coincidência, a base do Esportivo é repleta de jovens promissores com nomes de craques. 

Dalessandro André dos Santos

O Dalessandro, da categoria sub-17 do Esportivo, não atua como meia, mas sim como volante. Natural de Montenegro, o jovem atleta atua no alviazul desde o ano passado, e chegou a integrar o time principal em 2021 nos treinamentos visando a Série D.

Tadeu Bauru, ex-atleta do Inter, é avô de Dalessandro / Foto: arquivo histórico 

O jogador alviazul herdou a paixão pelo futebol através do seu falecido avô, Tadeu Bauru, o qual atuou no Internacional na década de 1970, e defendeu clubes como Bahia, São José, Caxias e Operário-PR. “Foi uma pena não poder ver ele jogando, queria muito ter visto. Um dos motivos pelo meu sonho de ser um jogador profissional é por causa dele”, afirma Dalessandro. 

Continua após a publicidade

A escolha do nome por parte do pai, Luis Alberto dos Santos, foi justamente por conta de Andrés D’Alessandro. No entanto, a motivação em dar um nome semelhante ao jogador não foi pelo fato de ter se tornado ídolo do Internacional. “O meu nome foi por causa do D’Alessandro, mas não por causa dele jogando no Inter e sim quando ele ainda jogava no River Plate, tanto é que ele só veio para o Inter em 2008, e eu nasci em 2005. O André é justamente por causa do Andrés”, relata Dalessandro. 

A paixão herdada pelo avô, que vestiu a camisa colorada, não foi a única motivação por ter se tornado um torcedor colorado. Com D’Alessandro posteriormente reforçando o Inter e se tornando um grande ídolo, não tinha como o jovem Dalessandro vestir outra camisa a não ser a do Internacional.

Dalessandro é um dos destaques da categoria sub-17 do Esportivo / Foto: Kévin Sganzerla

Riquelmy Yannick de Morais Dalla Valle

Continua após a publicidade

A história do processo de escolha do nome do jovem atleta bento-gonçalvense Riquelmy Yannick, da categoria sub-15, também é muito singular. Quem batizou o seu nome não foi nem seu pai e nem a sua mãe, e sim o seu irmão, Ramon dos Reis, de 29 anos, o qual atuou profissionalmente por diversos clubes brasileiros como Caxias, Pelotas, Galícia, Metropolitano, Novo Hamburgo, Sousa, La Granja e Garena, da Espanha, Sapucaiense, Bagé, Potiguar e Cruzeiro-RS. 

Ramon, que também é natural de Bento Gonçalves, iniciou a sua trajetória na base do Esportivo, mas saiu cedo para integrar as categorias inferiores do Juventude. Com 16 anos, o atleta se profissionalizou no Caxias, onde permaneceu por 4 anos. 

Ramon dos Reis atuou recentemente pelo Cruzeiro-RS/Foto: Juliano Santos 

A escolha de Riquelmy foi justamente inspirado no craque do Boca Juniors e da Seleção Argentina. “O nome foi pelo Riquelme, o qual foi o terror de muitos clubes que jogavam contra o Boca e Seleção Argentina. Gostava muito do futebol dele e me espelhava bastante no modo dele jogar, então acabei escolhendo esse nome para o meu irmão”, relata. “A origem do Yannick é que tinha um jogador que jogava no Juventude quando o Ramon atuava lá e ele deu esse nome para mim também: Riquelmy Yannick”, completa o jovem atleta. 

Com uma inspiração dentro de casa, Riquelmy almeja seguir os passos do seu irmão para se tornar um jogador profissional. Ramon enaltece que não medirá esforços para apoiá-lo e incentivá-lo para buscar esse sonho. “Somos muito ligados um ao outro. Torço muito que ele realize todos os sonhos. Futebol é uma profissão muito complicada e que necessita de muita entrega e dedicação. Estou e estarei sempre aplaudindo e apoiando o esforço dele, seja no futebol ou em qualquer outra profissão. Vou estar sempre ao lado dele”, pondera Ramon.

Riquelme visa seguir os passos irmão visando se tornar om jogador profissional / Foto: Kévin Sganzerla

Riquelme de Brito de Oliveira

Outro jogador que teve seu nome inspirado em Riquelme foi o jovem atleta Riquelme de Brito de Oliveira, da categoria sub-15 do Esportivo. Ele e o seu irmão gêmeo Herder de Brito de Oliveira, atuam no alviazul e também na escolinha conveniada do Grêmio “Formando Craques”, cujo pai dos atletas, Eder de Oliveira, o Edinho, é quem gerencia o núcleo. 

O pai sempre foi apaixonado por futebol. A sua esposa estava grávida de gêmeos, e um dos nomes já tinha sido escolhido, o qual seria Herder, parecido com o do pai. O outro ainda era uma incógnita. 

Foi assistindo um jogo na televisão que surgiu a ideia de batizar o outro menino de Riquelme. “O nome surgiu naquele fatídico jogo entre Boca Juniors e Grêmio, em 2007. Eu já admirava o futebol dele, comentava com a minha esposa. E o Riquelme fazendo gol naquele jogo ela se lembrou que eu falava dele e achamos legal o nome, pois era diferente, e não se via por aqui esse nome, e então escolhemos”, relata Edinho. 

Helder atua com o seu irmão na base do Esportivo

O primeiro que nascesse se chamaria Herder. No parto, ambos nasceram saudáveis, porém Riquelme veio ao mundo uma hora depois do seu irmão, uma vez que houve complicações no procedimento. Posteriormente, a sua esposa teve que ficar internada durante sete dias na UTI. Apesar do susto, ela se recuperou sem sequelas. 

Atualmente, os gêmeos atuam no Esportivo e na escolinha conveniada do Grêmio. Ambos já tiveram a oportunidade de integrar a base do tricolor por um período, em Porto Alegre. Riquelme, além de contar com o mesmo nome que o craque argentino, também é meia e destro. Herder também atua no meio de campo, assim como o irmão, e atuam juntos na mesma categoria. 

Diego Semioni

No caso do jovem zagueiro Diego Semioni, de apenas 13 anos, o qual atua na categoria sub-15 do Esportivo, o nome e o sobrenome são mais uma coincidência do que inspiração dos pais para batizá-lo desta forma. O seu nome é muito semelhante ao do treinador e ex-meia Diego Simeone, o qual fez história no Atlético de Madrid como jogador e técnico. 

O jogador da base alviazul não teve a oportunidade de vê-lo atuar dentro de campo, mas é conhecedor do trabalho de Diego Simeone como treinador, o qual comanda a equipe do Atlético de Madrid desde 2011. 

Diego Semioni atua como zagueiro na categoria sub-15 do Esportivo / Foto: Kévin Sganzerla