O líder da facção criminosa Os Aberto na Serra Gaúcha, Valdeni Alves da Silva, foi um dos 13 líderes de facção transferidos para presídios federais na manhã desta quinta-feira, 15 de setembro. Ele é considerado um dos suspeitos de envolvimento na nova onda de violência provocada pela guerra de facções em Porto Alegre nos últimos dias.
Valdeni Alves da Silva estava preso desde o dia 17 de fevereiro de 2021, quando foi capturado em uma operação organizada pelo Deic em Bento Gonçalves. Até então, estava cumprindo pena em prisão domiciliar e a nova prisão foi porque ele é suspeito de ser o mentor de um assalto a carro-forte na região de Dois Lajeados. Silva estava recolhido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).
Numa operação que reuniu mais de 300 agentes e 30 viaturas, Valdeni da Silva e mais 12 apenados, considerados líderes de facções criminosas, foram retirados da Pasc por volta das 6h desta quinta-feira, 15. Os presos desta quarta fase da Operação Império da Lei foram transferidos para prisões federais em três cidades: Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Porto Velho, em Rondônia, e Mossoró, no Rio Grande do Norte. Todos são integrantes de quatro facções diferentes: uma delas criada dentro de prisões da Capital, outra que surgiu na Vila Cruzeiro, uma com berço no bairro Bom Jesus e uma com base no Vale do Sinos.
Confira quem são os líderes de facção transferidos
Valdeni Alves da Rosa - líder da facção Os Aberto na Serra Gaúcha. Ele é considerado um homem extramente perigoso e seria o mandante de várias execuções que estariam acontecendo em Porto Alegre e Região Metropolitana.
Josenildo Tiago da Silva, o Nito - É apontado por envolvimento em 12 homicídios dolosos, tráfico de drogas, ameaças e outros.
André Silva Dutra, o Gordo Dé - Teria envolvimento em 15 homicídios dolosos, lavagem de dinheiro, ameaça, porte ilegal de arma de fogo, falsa identidade e roubo de veículo. Ele é considerado uma das principais lideranças do tráfico de drogas, especialmente em bairros da Capital, como o Rubem Berta, no loteamento Timbaúva, e no Mario Quintana. Em 2013, Gordo Dé foi apontado como um dos envolvidos em um roubo a um ônibus, que foi arremessado contra a residência de um rival em Alvorada. Em 2018, ele rompeu a tornozeleira 39 minutos após a colocação. Ele voltou a ser preso em 2020 em Bombinhas, Santa Catarina, em uma ação da Polícia Civil do RS. Na ocasião, a instituição o definiu como um dos criminosos mais procurados do Estado.
Antonio Nunes Pereira, o Toninho - Teria envolvimento em crimes como homicídio doloso, ao menos 13 vezes, tráfico de drogas, organização criminosa, coação no curso do processo e porte ilegal de arma de fogo. Em 2018, Tonhinho, como é conhecido, acumulava 13 condenações com penas que ultrapassavam 205 anos de prisão. Ele teria relação com mortes e tráfico de drogas na zona leste de Porto Alegre.
Edinilson Silva dos Santos - O criminoso, que também é conhecido como Nito, é apontado por envolvimento em 23 homicídios dolosos, além de tráfico de drogas, organização criminosa, e outros crimes. Ele já havia sido transferido de uma prisão para outra, dentro do Estado, em abril deste ano, durante o enfrentamento a primeira onda da guerra de facções.
Jair de Oliveira, o Jair Cabeludo - Teria envolvimento em tráfico de drogas, associação ao tráfico, organização criminosa, porte ilegal de arma de fogo, homicídio doloso, lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Apontado como líder de uma facção criminosa que tem base no Vale do Sinos, ele foi condenado a 50 anos de prisão nesta semana. Jair já estava preso preventivamente desde 2020 por suspeita de participação em uma série de crimes, e seria responsável por comandar esquema milionário de lavagem de dinheiro. Ele seria um dos envolvidos na compra de uma fazenda no Mato Grosso avaliada em R$ 42 milhões e com cerca de 140 mil hectares — ou seja, quase três vezes o tamanho da área de Porto Alegre.
Édson Marcelo Santos de Oliveira, o Edinho/Dídio - Teria envolvimento em três homicídios dolosos, organização criminosa, tráfico de drogas, associação ao tráfico, dentre outros.
Luan Barcelos da Silva - Teria envolvimento em crimes como tráfico de drogas, roubo com morte, organização criminosa e lesão corporal. Segundo a polícia, ele também foi condenado por assassinar seis taxistas em uma onda de crimes que aterrorizou o Estado em 2013.
Luciano Alves Pereira, o Nelinho Véio - Envolvimento em 16 roubos, tráfico de drogas, homicídio doloso, ameaça, dentre outros. Ele foi um dos condenados pela morte do traficante Cristiano Souza da Fonseca, o Teréu, dentro da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), em maio de 2015. Por este crime, ele recebeu pena de 27 anos de reclusão, além de outros 61 anos por outros crimes.
Luís Fernando da Silva Soares Júnior, o Júnior Perneta - Ele tem envolvimento em crimes como tráfico de drogas, associação ao tráfico, além de 13 homicídios doloso. Em 2018, o criminoso conhecido como Júnior Perneta, apontado como um dos líderes da facção do bairro Bom Jesus, foi preso pela Polícia do Paraguai, na cidade de Encarnación. À época, a Secretaria da Segurança Pública do RS afirmou que ele era o foragido mais procurado do Estado e considerado de alta periculosidade. Ele esteve também em uma lista da Interpol sobre foragidos.
Marcus Diego Brignol Vaz, o MD - Segundo a polícia, o homem teria 59 passagens por tráfico de drogas, além de 54 por associação ao tráfico. O homem também é apontado por envolvimento em homicídio doloso, organização criminosa, lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
Marlon de Abreu Azevedo, o Milico - Segundo a polícia, ele tem participação em 17 homicídios dolosos, possui seis passagens por organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Conhecido como Milico, o preso também foi um dos criminosos transferidos de prisão dentro do RS em abril, na primeira onda da guerra de facções. Ele é considerado uma das lideranças do grupo que surgiu na Vila Cruzeiro.
Rafael Telles da Silva, o Sapo - Ele é apontado por envolvimento em nove homicídios dolosos, tráfico de drogas, associação ao tráfico, organização criminosa, dentre outros. Conhecido como Sapo, ele é considerado uma das principais lideranças criminosas recolhidas no sistema prisional e integra a facção com berço no bairro Bom Jesus, na Capital.