Com o feriado no meio da semana, nada melhor do que aproveitar relaxando com uma série, filme ou desenho. Hoje trazemos uma sugestão de uma obra brasileira que vem dominando o mundo.
A primeira temporada de "Bom dia Verônica" (disponível na Netflix) conta a história de uma escrivã de polícia chamada Verônica que é impactada com o suicídio de uma mulher no primeiro episódio da trama, e decidida a compreender o que aconteceu, começa a ir atrás da identidade e dos motivos que a vítima poderia ter para a morte e acaba descobrindo um esquema de crimes sexuais e tráfico de pessoas.
Com o objetivo de combater essa quadrilha, que está infiltrada em diversos setores da sociedade, como a própria polícia e até mesmo igrejas, a série percorre temas que são caros a diversas sociedades, não apenas ao Brasil, como política, religião, violência doméstica, abuso sexual e pedofilia.
“Bom dia, Verônica” é baseada na literatura policial de Ilana Casoy e Raphael Montes, e está há duas semanas no Top 10 séries de língua não-inglesa na Netflix, plataforma de streaming mundial. Em entrevista à CNN, o roteirista conta que se sente feliz em perceber como a produção atinge muitas pessoas, principalmente por ter sido criada para a sociedade como um todo, e não apenas para as mulheres.
A série conta com a atriz Tainá Müller, Camila Morgado, Eduardo Moscovis, Reynaldo Gianecchini e Klara Castanho, e ultrapassa 34.440.000 de horas assistidas. Na segunda temporada, lançada no dia 03 de agosto, a trama busca criticar a corrupção que goteja no sistema policial e até mesmo religioso, mostrando de maneira gráfica a violência contra a mulher.
Colunistas e demais críticos apontam que “Bom dia, Verônica” conquistou sucesso dentro e fora do país por abordar temas conhecidos do público, mas fugindo do “olhar americanizado” que todos estão acostumados. Ao mesmo tempo em que o suspense é protagonista, sendo que a segunda temporada apresenta menos violência, criando artifícios do audiovisual para garantir que descrições muito fortes ou cenas que despertem gatilho sejam exibidas de maneira crua.
Outra questão apontada como imprescindível para o sucesso internacional da série é o protagonismo feminino, ocupando uma posição pouco explorada em séries policiais, sem apresentar tom pejorativo ou qualquer tipo de estereótipo que estamos acostumados. Depois que várias produções se esforçaram em desbravar esse território, “Bom dia, Verônica” encontra espaço para conquistar terreno amplo.
A trama inenarrável, que encontra em detalhes ainda mais apoio para se lançar ao sucesso, ainda lança como cartada a participação de dois atores considerados galãs há algumas décadas: Eduardo Moscovis e Gianecchini. Ambos rompem com essa ideia, assumindo papéis dignos de prêmios de atuação, provocando raiva, ira, nojo e até mesmo esquecimento de que um dia interpretaram “mocinhos”.
Outro destaque está no fato de que a história vai muito além do drama novelesco que o brasileiro está acostumado, criando cenários, incursões e diálogos tão potentes quanto os de qualquer outra série internacional. A atuação de Tainá e de Silvio Guindane também caiu no gosto popular, já que demonstra dedicação total e compromisso com os personagens.
“Bom Dia Verônica” prova que o audiovisual do Brasil tem vocação natural para contar boas histórias policiais, sem que tudo pareça feito à base de gambiarras. A história prende, mas o modo como é contada visualmente funciona, os temas abordados são pertinentes e atemporais, assim como a necessidade de encarar determinados assuntos se faz presente.
Para aqueles que ainda não deram uma chance à série, vale à pena assistir. Não por uma mera questão de “surfar na onda” do hype, mas de consumir produtos brasileiros de qualidade, fomentando a cena nacional e passando para frente temas de interesse público.
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