A Polícia Civil convocou uma coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira, 1º de setembro, para anunciar a conclusão do inquérito sobre a morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, em São Gabriel, na Fronteira Oeste. Os soldados Cléber Renato Ramos de Lima, Raul Veras Pedroso e o segundo-sargento Arleu Júnior Cardoso Jacobsen foram indiciados por homicídio triplamente qualificado. Eles estão detidos preventivamente no Presídio Militar de Porto Alegre.
O delegado José Soares Bastos, de São Gabriel, que conduziu a investigação, apresentou os detalhes em entrevista na sede do Palácio da Polícia, em Porto Alegre. Participaram da coletiva ainda o delegado regional de São Gabriel, Luís Eduardo Benites, o subchefe de polícia, Vladimir Urach, o chefe de polícia, Fábio Motta Lopes, e o diretor do Departamento de Polícia do Interior, Nedson Ramos de Oliveira. Para a polícia, não há dúvidas que os atos cometidos pelos policiais militares causaram a morte de Gabriel. "Nós temos relatos da investigação policial de que Gabriel foi agredido com um tapa, em seguida com golpes de cassetete e colocado contra a vontade dentro da viatura. Essas ações estão constatadas e fecham conforme o que aponta o laudo da perícia", relatou o delegado.
Segundo o delegado Fábio Motta Lopes, as equipes agora investigam como e quem pode ter levado o corpo do jovem até o açude, onde foi encontrado no dia 19 de agosto, uma semana após ele desaparecer. Essa é a resposta que a apuração ainda precisa responder.
Gabriel desapareceu no dia 12 de agosto quando foi visto pela última vez sendo colocado dentro de uma viatura da Brigada Militar após abordagem no bairro Independência, em São Gabriel, na Fronteira Oeste. O corpo do jovem foi encontrado na localidade de Lava Pé, cerca de dois quilômetros do local da abordagem. O laudo de necropsia constatou que Gabriel morreu por hemorragia interna causada por agressão na coluna cervical. Ele também tinha marcas de agressão na cabeça.
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