A Juíza Juliana Neves Capiotti, da Vara Criminal de São Gabriel, decretou, na tarde desta terça-feira, 23, a prisão preventiva dos três policiais militares investigados pela morte de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, que desapareceu depois de uma abordagem e apareceu morto uma semana depois.
A decisão atende ao pedido da Polícia Civil, que apura o possível envolvimento dos militares no caso. Para a autoridade policial, há elementos suficientes que indicam a ocorrência de homicídio doloso duplamente qualificado.
Os dois, dos três agentes envolvidos, os soldados Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso, alegam que o ocorrido foi uma "fatalidade". A advogada Vania Barreto, que os representa, disse que os policiais não relataram agressão contra Gabriel e teriam ficado surpresos com a notícia do desaparecimento."São excelentes profissionais, não há nada na vida pregressa deles, nos antecedentes, que desabone a conduta deles. Isso é um caso totalmente isolado e foi uma fatalidade o que aconteceu", afirma.
Já a defesa do terceiro envolvido, o sargento Arleu Junior Cardoso Jacobsen alega que o policial é inocente. Os advogados Ivandro Bitencourt Feijó e Mauricio Adami Custódio ainda manifestam "total indignação de sua família por ocorrer, antes de tudo e de forma sumária o julgamento de antecipação de culpa em detrimento da cautela que deve existir nos procedimentos penais desta natureza".
A magistrada decretou a prisão preventiva dos policiais visando a garantia da ordem pública e a conveniência da instrução criminal.
Gabriel, que estava desaparecido há uma semana, foi encontrado morto em um açude, na localidade de Lava Pé, na noite de sexta-feira, 19 de agosto. O jovem de 18 anos, morador de Guaíba, estava na Fronteira Oeste para prestar serviço militar obrigatório. As investigações apontam que ele foi abordado pelos três policiais e levado na viatura. Depois disso, Gabriel não foi mais visto com vida.
O trio encontra-se preso no presídio militar de Porto Alegre, onde deverá permanecer.