A Justiça acatou o pedido da defesa de Cláudia de Almeida Heger, 50 anos, para que ela retorne à prisão domiciliar. Ela está detida como uma das responsáveis pelo desaparecimento do próprio pai, Rubem Heger, 85 anos, e da madrasta, Marlene Heger, 53, em Cachoeirinha, em março deste ano.
O pedido havia sido encaminhado ao Tribunal de Justiça e tramitou na 2ª Câmara Criminal do TJ. Como argumento, a defesa utilizou um laudo médico que comprova que Cláudia está paraplégica. Ela ainda está internada no Hospital Conceição, e deve ter alta na segunda-feira (15).
Conforme o advogado de Cláudia, Rodrigo Schmitt, o laudo serve não só para garantir a alteração para a prisão domiciliar, mas também para comprovar a veracidade da situação de sua cliente no presídio. "Ela foi falsamente acusada de fingir a paraplegia por pessoas dentro do presídio e pessoas de dentro do hospital no qual ela estava internada, mas agora se comprova, sem dúvidas, que Cláudia estava sendo vítima de fraude. Todos serão processados, temos laudo médico que comprova", afirma o defensor.
Entenda o caso
Ao longo dos últimos cinco meses, a polícia buscou desvendar o paradeiro, inicialmente do casal com vida, quando o fato ainda era investigado como desaparecimento, e posteriormente dos corpos, quando o caso passou a ser tratado como duplo homicídio. Na análise dos celulares dos réus, não foi encontrado nenhum elemento que contribuísse para a apuração.
A investigação apontou que Cláudia e o seu filho, Andrew Heger Ribas, 28, mataram o casal, depois transportaram seus corpos em um veículo e ocultaram os cadáveres. Cães farejadores chegaram a ser empregados em matagais, mas nada foi encontrado.
Para o Ministério Público, o crime teve motivação financeira e também de vingança, já que o pai teria deixado de ajudar a filha após ela se envolver em um caso de falso sequestro. A filha nega as acusações e que tenha sido responsável pelo desaparecimento – Andrew nunca foi ouvido porque a defesa afirma que ele não se comunica verbalmente em razão da esquizofrenia.